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segunda-feira, 13 de maio de 2013

e-Health beneficia comunidade do Rio de Janeiro

Uso da tecnologia na saúde primária na comunidade de Santa Marta (RJ) melhora indicadores econômicos, clínicos e sociais, segundo estudo da New Cities Foundation
 
Primeira grande investigação sobre o impacto do e-health em área urbana carente é realizada pela organização internacional sem fins lucrativos New Cities Foundation (NCF) na comunidade de Santa Marta, no Rio de Janeiro. A Organização Mundial de Saúde define e-health como “transferência de recursos e cuidados à saúde através de equipamentos eletrônicos”.
 
As conclusões marcam o fim de um projeto de 18 meses, parte de uma força tarefa organizada em parceria com a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e com a GE, membro fundador da NCF. O piloto teve também o apoio da Cisco, outro membro fundador da instituição. O Departamento de Medicina Clínica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro coletou os dados e conduziu as análises do estudo.
 
Os resultados obtidos indicam que a integração da tecnologia de e-health ao sistema de saúde de áreas urbanas mais desatendidas, como Santa Marta, pode gerar grandes economias, aumentar a eficiência dos profissionais da área, melhorar o acesso aos cuidados vitais de saúde para quem mais precisa e alcançar maior satisfação de pacientes e profissionais da saúde.
 
Estrutura do Projeto de E-health Urbano
No projeto piloto, a força tarefa forneceu uma mochila de e-health para a Clínica da Família de Santa Marta. A mochila contém ferramentas de ponta para a medição de indicadores de saúde, fornecidas pela GE. Utilizando a mochila de e-health, os funcionários da clínica forneceram atendimento domiciliar para uma amostra de 100 pacientes com 60 anos ou mais. Os pacientes selecionados para o estudo sofrem de doenças crônicas e enfrentam dificuldades de mobilidade.
 
Considerando o terreno de Santa Marta, esses pacientes normalmente teriam dificuldade para acessar os serviços de saúde e a Clínica da Família localizada na base de um morro íngreme.
 
Pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro compararam os resultados clínicos do piloto de e-health com os dados de um grupo de controle histórico. Esse grupo de controle era formado por pacientes que não haviam se beneficiado da tecnologia de e-health.
 
Principais Conclusões
 
1. Impacto Econômico
O estudo mostrou que a tecnologia de e-health melhora o monitoramento do paciente e leva à detecção precoce de enfermidades. O que resulta em economias diretas, incluindo:

- Uma economia de R$ 403.628 (US$200.541) por 100 pacientes por ano, atribuída à prevenção de vários tipos de disfunções renais.

- Uma economia de R$ 65.454 (US$ 32.521) por 100 pacientes por ano devido à detecção precoce e prevenção de derrames

- Uma economia de R$ 273.750 (US$ 135.876) por 1.000 pacientes por ano em hospitalizações pacientes com problemas cardiovasculares que foram evitadas.
 
2. Impacto Clínico
Os programas usuais de monitoramento de saúde que incorporam e-health podem levar a uma prevalência significativamente inferior de certas condições clínicas – em particular, derrames, insuficiência cardíaca e disfunção renal. Por exemplo, para pacientes no grupo de controle, havia uma prevalência de 14,8% de hipertensão, comparados a 0,82% de pacientes no piloto de e-health. No caso de pacientes com diabetes tipo II tratados com hemodiálise, o grupo de controle apresentou uma ocorrência de 28% comparada a 6,36% no piloto de e-health.
 
3. Impacto Social
A mochila de e-health aumentou significativamente a eficiência dos profissionais da saúde. De forma mais marcante, o tempo levado para obter resultados de exames de sangue passou de 15 dias para apenas 3 minutos. Equipados com a mochila, os funcionários da clínica podiam subir as estreitas ruas da comunidade e realizar visitas a domicílio e detectar até vinte doenças diferentes em poucos minutos. Isso aumentou a eficiência e levou a uma alta satisfação tanto entre trabalhadores da área da saúde como pacientes.
 
Por exemplo, Francisco, o filho de um paciente de 87 anos que não pode mais caminhar, diz: “Agora [a enfermeira da Clínica da Família] faz exames de sangue e mede a pressão sanguínea em casa. Isso facilita muito nossa vida. Não temos mais que descer o morro até a clínica com ela”.
 
O projeto é parte da missão global da New Cities Foundation de criar soluções inovadoras para os desafios urbanos mais urgentes, que possam ser escalonadas e replicadas em outras cidades do mundo todo.
 
 
Fonte Saudeweb

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