Foto: Tânia Rêgo/ABr Mosquitos Aeds aegypti contaminados com bactérias wolbachia nos laboratórios da Fiocruz |
O projeto " Eliminar a Dengue: Desafio Brasil" entra em nova fase no estado do Rio. Iniciativa científica pioneira de controle da dengue a nova estratégia parte da inoculação da bactéria Wolbachia em mosquitos do tipo " Aedes Aegypti" para bloquear a transmissão do vírus da dengue, de forma natural e autossustentável. A Wolbachia age como uma vacina contra os parasitas. Sem desenvolver os parasitas, os mosquitos param de infectar os humanos.
O objetivo é controlar a epidemia no Rio de Janeiro antes da Copa de 2014, afirma o o biólogo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Gabriel Sylvestre, coordenador da equipe de campo da pesquisa.
Nessa fase do projeto, equipes de Entomologia de Campo e de Engajamento Comunitário atuam em quatro localidades nas cidades do Rio de Janeiro e em Niterói, recolhendo os mosquitos capturados por armadilhas instaladas anteriormente nas residências de 120 cidadãos, que são parceiros do projeto. Os bairros que participam do estudo são Vila Valqueire, Urca, e Tubiacanga, no Rio de Janeiro; e Jurujuba, em Niterói.
Nos laboratórios da Fiocruz, os mosquitos Aedes aegypti coletados nas localidades estudadas foram cruzados com mosquitos com Wolbachia, trazidos da Austrália com a autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Eles deram origem a ovos que nascem naturalmente com Wolbachia.
O método de controle da dengue é baseado na soltura programada dos mosquitos com Wolbachia, que, ao se reproduzirem na natureza com mosquitos locais, passam a bactéria de mãe para filho através dos ovos. Com o passar do tempo, a expectativa é de que a maior parte da população local de mosquitos tenha Wolbachia e seja incapaz de transmitir dengue.
Na Austrália, mosquitos que receberam a Wolbachia em laboratório foram soltos de forma sistemática, em algumas localidades no norte do país, em 2011. Nestes locais, a presença de mosquitos com a bactéria bloqueadora do vírus se tornou predominante de forma eficaz e autossustentável.
Tecnologia aplicada em outros quatro países
A nova técnica desenvolvida por Zhiyong Xi, professor da Universidade do Estado de Michigan (MSU), vem sendo aplicada com sucesso em outros quatro países: Austrália, China, Indonésia e Vietnã.
Ela prevê a inoculação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que ao entrar no corpo do inseto bloqueia a replicação do vírus da dengue. A Wolbachia agiria como uma vacina contra os parasitas da malária. Sem desenvolver os parasitas, os mosquitos param de infectar os humanos.
Gabriel Sylvestre disse que a nova técnica se mostra eficiente contra as quatro cepas da dengue, conhecidas como dengue tipo 1, 2, 3 e 4. " A bactéria bloqueia a replicação do vírus. Quando o mosquito que tem esta bactéria suga o sangue de alguém com dengue, o vírus entra no corpo do inseto mas não consegue se reproduzir e morre" , explicou o biólogo, que é mestre em biologia parasitária pela Fiocruz.
No Brasil, a pesquisa está sendo feita apenas com o Aedes aegypti, pois o outro mosquito que também transmite a dengue, o Aedes albopictus, não é considerado vetor da doença no Brasil.
Fonte isaude.net
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