A interferência de bactérias normalmente presentes na flora intestinal na
ação de alguns remédios já era conhecida. Como acontecia, entretanto, era
desconhecido.
Na revista "Science" de ontem, Henry J. Haiser e colaboradores explicam como
a bactéria "Eggerthella lenta" inativa a ação da digoxina, um conhecido e antigo
medicamento para o coração.
Nesse estudo, os autores mostram que a "E. lenta" reduz a concentração da
digoxina e que a arginina (um importante aminoácido) inibe essa reação.
Antes desse trabalho, o mecanismo molecular da redução da digoxina e os
fatores da ação microbiana na droga eram desconhecidos.
Dessa forma, as variações na dieta das pessoas podem explicar a variabilidade
na ação do remédio.
Como o espectro de ação da digoxina é muito estreito, doses baixas podem não
atuar e altas podem intoxicar.
Em 1785, na Inglaterra, o sucesso de um charlatão com a garrafa de uma planta
fez um médico estudar o milagroso líquido. Ele observou que o extrato da
"Digitalis lanata", popularmente conhecida como dedaleira, intervém na atividade
cardíaca.
Ao longo desses mais de 200 anos, a planta tem sido empregada, em suas várias
formas, para a insuficiência cardíaca e arritmias. Inicialmente, ela era um
extrato de alto risco pela facilidade de provocar intoxicação, mas o problema
foi controlado na sua dosagem por comprimidos e ampolas.
Fonte Folhaonline
Nenhum comentário:
Postar um comentário