Pulseira Jawbone UP |
Sem tirar o aparelho do braço, vai dormir. Pela manhã, por meio de vibrações,
a própria pulseira o acorda, de maneira silenciosa e "inteligente" --em teoria,
ela consegue detectar o momento em que o sono é mais leve, durante o qual o
despertar causa menos sofrimento.
Esse tipo de dispositivo, cujo melhor exemplo é provavelmente o Fitbit Flex
(vendido por US$ 100 nos EUA) faz parte de uma tendência chamada de quantified
self (algo como "eu quantificado"), cujos adeptos anotam não só dados gerados
automaticamente, mas também humor, disposição e capacidade de concentração
momentâneos a fim de, dizem, se conhecer melhor.
A adesão a esse movimento pode transformar profundamente pesquisas
científicas, em especial a biológica, e setores da indústria, como o de
celulares, segundo a pesquisadora Melanie Swan, que publicou em junho um artigo
sobre quantified self no jornal acadêmico "Big Data".
Para isso, é preciso que os que costumam levar a vida "sob medida"
compartilhem seus conhecimentos. "Somente com dados em grande escala e agregados
poderemos ver verdadeiros progressos na medicina preventiva, por exemplo", disse
em entrevista por e-mail à Folha.
Dárlinton Barbosa Feres Carvalho, 32, pesquisador cujo doutorado na PUC-Rio
versa sobre informações de comunidades on-line, é um dos responsáveis pelo grupo
brasileiro Quantified Self
Rio.
Ele diz que, desde que começou a quantificar seu cotidiano, passou a ter mais
controle sobre sua rotina, em especial sobre o sono. "Percebi que precisava me
organizar melhor. Agora, posso saber se consigo mudar ou criar um hábito para
ficar melhor."
Uma pesquisa publicada pelo Pew Research em janeiro diz que 69% dos
americanos acompanham regularmente ao menos um indicador de saúde, dos quais 30%
usam um eletrônico para essa tarefa.
Esforço
Taina Frisso Hildebrand, 33, escreve um blog de moda e diz que usar o tempo inteiro um aparelho do
tipo (no caso, uma pulseira Jawbone UP, que comprou por US$ 100 no site
americano eBay ), não incomoda. "Estou acostumada a usar pulseira ou
relógio, então não cheguei a sentir diferença."
Hildebrand diz que não tem paciência para inserir informações sobre seus
hábitos no app, mas que o aparelho a ajudou mesmo assim. "Sempre esqueço de
levantar do computador, então programei para a pulseira me lembrar disso a cada
meia hora."
Rachel Ellyn, 52, escritora, conta que perdeu 2,3 kg em dois meses após
comprar um aparelho do tipo, sem mudar a alimentação, cumprindo metas de subir
escadas. "Minha vida estava cada vez mais sedentária, então busquei algo que me
motivasse nesse sentido. Estou gostando."
Fonte Folhaonline
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