A agência explica que alguns agrotóxicos aplicados nos alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar em folhas e polpas |
Existem dois tipos de irregularidades avaliadas, uma quando a amostra contém
agrotóxico acima do limite máximo de resíduo permitido e outra quando a amostra
apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados para o alimento pesquisado. O
levantamento revelou ainda que dois agrotóxicos nunca registrados no Brasil, o
azaconazol e o tebufempirade, foram encontrados nas amostras de alimentos, o que
pode significar que estes alimentos entraram no país contrabandeados.
Em 2011 o pimentão foi o produto analisado que teve o maior número de
amostras com irregularidades. Das 213 amostras analisadas, 84% tiveram uso de
agrotóxico não autorizado no Brasil, 0,9% tinham índices acima do permitido e
4,7% tinham as duas irregularidades. Em seguida vieram cenoura, com 67% de
amostras irregulares; pepino, com 44%, e a alface, com 42%. Em 2012, o morango
apareceu com 59% de irregularidades nas amostras e novamente o pepino, com
42%.
A agência explica que alguns agrotóxicos aplicados nos alimentos agrícolas e
no solo têm a capacidade de penetrar em folhas e polpas. Por isso, a lavagem dos
alimentos em água corrente e a retirada de cascas e folhas externas, apesar de
contribuem para a redução dos resíduos de agrotóxicos, são incapazes de eliminar
aqueles contidos em suas partes internas.
O atual relatório traz o resultado de 3.293 amostras de treze alimentos
monitorados, incluindo arroz, feijão, morango, pimentão, tomate, dentre outros.
A escolha dos alimentos foi baseada nos dados de consumo levantados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na disponibilidade dos
alimentos nos supermercados e no perfil de uso de agrotóxicos nos alimentos.
Para a Anvisa, o aspecto positivo do Para é a capacidade dos órgãos locais em
identificar a origem do alimento e permitir que medidas corretivas sejam
adotadas vem aumentado. Em 2012, 36% das amostras puderam ser rastreadas até o
produtor e 50% até o distribuidor do alimento.
A Anvisa coordena o Para em conjunto com as vigilâncias sanitárias dos
estados e municípios participantes, que fizeram os procedimentos de coleta dos
alimentos nos supermercados e de envio aos laboratórios para análise. Assim, é
possível verificar se os produtos comercializados estão de acordo com o
estabelecido pela agência.
Agência Brasil
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