Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Portugal: Farmácia passa a ter funções centralizadas

A Farmácia do Hospital Dr. Nélio Mendonça está a sofrer obras de reestruturação há já alguns meses e a sua inauguração está prevista acontecer a 23 de Setembro.

Centralizar todo o serviço de Farmácia do Serviço de Saúde da Região, EPE (SESARAM) neste hospital é o principal objectivo da obra. Quem o diz é a responsável por esta farmácia há cinco anos, Martinha Garcia, que contou, em entrevista ao JORNAL da MADEIRA, que os vários serviços desta farmácia se encontravam dispersos.

Com esta reestruturação será melhorada a qualidade do serviço, a segurança, eficiência dos processos e a parte económica.

«Neste momento, o serviço conta com este espaço que está a ser reestruturado, mas além disso temos a central de gases, o armazém, os cuidados primários em Santo António, uma farmácia (electrónica) no Hospital dos Marmeleiros e ainda o ambulatório na hemato-oncologia», disse.

Esta obra de reestruturação e de ampliação, em que o serviço de Farmácia passa a ter uma área de cerca de 700 metros quadrados, «vamos conseguir cumprir com todas as directrizes do circuito do medicamento, relativamente à agilidade da recepção, armazenamento e distribuição dos medicamentos», acrescentou, apontando ainda o facto de vir a dar cumprimento a algumas exigências do Manual de Farmácias em termos de qualidade, segurança e de eficiência.

Além do serviço de Farmácia, a obra é igualmente importante para a Região pois, segundo explicou, vai permitir a acessibilidade do medicamento ao utente, atendendo que também fornece o ambulatório aos doentes do exterior que vão até ao serviço para adquirir a medicação para patologias crónicas. «Não tínhamos propriamente um espaço preparado para os utenetes do ambulatório e agora há um acesso específico para o utente vir aqui buscar a sua medicação, não se misturando com o circuito interno», referiu, destacando que passa a haver uma maior privacidade e um melhor atendimento a estes utentes, que também vão ganhar acessibilidade própria.

Outra mais-valia é que a farmácia ficará munida de equipamentos que vão permitir uma nova funcionalidade em termos de procedimentos. «Vamos ter novos equipamentos que vão permitir a agilização da produção em termos de distribuição do medicamento (e isso significa que será possível fazer mais e melhor), redução do erro, bem como também um maior controlo de “stocks” e maior gestão (medicamentos deixam de estar espalhados ficando concentrados e referenciados num sistema informatizado que permite saber onde está o medicamento)», detalhou.

Martinha Garcia disse, por outro lado, que o que não vai funcionar nesta farmácia é a Farmácia do Hospital dos Marmeleiros, embora, explicou, o “stock” parta do Hospital Dr. Nélio Mendonça para os Marmeleiros sendo depois redistribuído pelos serviços.

Farmácia clínica é outra das funções desempenhadas
Além da sua função de aquisição de medicamentos, armazenamento e distribuição dos mesmos, bem como a produção de medicamentos, outra das funções deste serviço é a actividade de farmácia clínica. Trata-se de uma actividade em que alguns farmacêuticos vão às visitas médicas e participam no aconselhamento terapêutico, referindo qual o medicamento mais adequado em termos de dosagem e via de administração, bem como também apreciar se há ou não incompatibilidades relativamente ao medicamento.
Um serviço que também produz medicamentos
Dispondo à volta de 2.000 medicamentos com princípios activos diferentes, a Farmácia do hospital também produz medicamentos. «Trata-se de uma produção interna para os utentes, entre os quais destaque-se a nutrição com misturas intravenosas para recém-nascidos e adultos em situação de pré e pós-operatório, quando condicionada a via-oral», disse a responsável desta farmácia. A este respeito, Martinha Garcia contou que a maior parte das crianças não têm medicamentos ajustados à dose, na medida em que a maioria dos medicamentos são feitos para adultos, e «quando é preciso uma dose infantil somos nós que a preparamos». «A pediatria é o nosso principal consumidor», acrescentou.

Além disso, refira-se que a o serviço de Farmácia prepara ainda alguns anti-corpos para a oncologia e produz alguns cremes, pomadas, xaropes e colírios.
Trabalho desempenhado por 57 profissionais
Na Farmácia do Hospital Dr. Nélio Mendonça trabalham 57 pessoas, das quais 20 são farmacêuticos, 17 técnicos, seis administrativos e ainda outro pessoal como os técnicos de gás (oxigénio). Refira-se que, com a reestruturação do serviço, foi dada formação aos profissionais.
Gabinete de Informação sobre medicamentos
Este serviço de farmácia tem ainda um Gabinete de Informação sobre medicamentos. De acordo com a sua responsável, Martinha Garcia, qualquer pessoa pode recorrer a este gabinete, desde escolas ao próprios profissionais de saúde e, ainda utentes. Além disso,«dá formação e estágios a alunos com licenciaturas em farmácia e mestrados integrados em ciências farmacêuticas», acrescentou.
Ambulatório especial
Os utentes que se deslocam até à farmácia do hospital são, normalmente, doentes com HIV, que sofrem doenças do foro oncológico, insuficientes renais, doentes com esclerose, transplantados renais, hepáticos e cardíacos e, ainda, doentes com fribose-quística. São doentes que, pela patologia específica que padecem, «precisam de um atendimento reservado», disse a responsável Martinha Garcia, que referiu também que, «com as novas instalações, a farmácia passa a fazer todos os medicamentos para a oncologia».

Reorganização da Farmácia permite o circuito contínuo sem existir cruzamentos de funções

Serviço fica a funcionar apenas num piso mas conta com espaço ampliado
A farmácia actual funciona no primeiro piso do edifício anexo – designado por edifício nº 4. O projecto visa ampliar este espaço e reorganizar todo o seu funcionamento, garantindo com isso um circuito continuo sem existir cruzamentos de funções.

O edifício foi ampliado no seu lado Nascente e com isso foi distinguido a entrada e saída de mercadoria. Na actual e saída de mercadoria passou somente a entrada de mercadoria e na parte que é ampliada ficou exclusivamente a saída. Para garantir uma boa funcionalidade foi projectado um elevador na área a ampliar.

A ampliação tem dois pisos mas somente um piso se destina à farmácia. O piso do R/C destina-se a consultas externas e só pertence à farmácia o acesso vertical (escada e elevador) e o respectivo Hall.

O espaço ampliado integrou-se no existente, e todo o espaço foi reorganizado da seguinte forma: No lado Poente ficou os armazéns e os balneários do pessoal assim como a área de produtos latamente inflamáveis, no centro, toda a área logística e no nascente o armazém com material já preparado, o “Kardex” - sistema electrónico que é colocado nos armários e que estão ligados ao sistema informático-, câmara frigorífica e o posto de controle de saída.

O edifico existente também vai ser reformulado quanto à sua fachada. Vão ser abertos novos vãos para garantir maior luminosidade no interior dos espaços que foram projectados.

De referir que o edifício existente mantém a mesma linguagem arquitectónica do exterior.

Fonte Jornal da Madeira

Nenhum comentário:

Postar um comentário