Quem convive com reações adversas a algum ou mais tipos de alimento é desafiado a driblar ingredientes proibidos na dieta Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Agencia RBS |
Ter reações à ingestão de comidas comuns no cardápio, como pães e leite, é mais comum do que você imagina
O namorado convida para jantar fora, a turma para o chope no fim de tarde e a família para a clássica macarronada no final de semana. Quem convive com reações adversas a algum ou mais tipos de alimento é desafiado a driblar, a vida inteira, ingredientes proibidos na dieta, algo que requer muita disciplina e organização.
Representadas por qualquer reação anormal à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares, as reações adversas podem ser classificadas como tóxicas e não tóxicas. As reações tóxicas dependem mais da substância ingerida, como por exemplo toxinas bacterianas presentes em alimentos contaminados, que podem causar uma gastroenterite ou das propriedades farmacológicas de determinadas substâncias presentes em alimentos, como a cafeína no café, que podem causar insônia ou taquicardia. Já as reações não tóxicas podem ser classificadas em não imunológicas (intolerância alimentar) ou imunológicas (alergia alimentar e doença celíaca).
Viver desviando de glúten, leite, lactose, crustáceos, castanhas, entre outros tantos itens bastante presentes no nosso dia a dia, não é nada fácil, mas acredite, já foi bem mais complicado. Em razão do aumento no número de pessoas com esses sintomas no mundo, graças a diagnósticos corretos, avanços tecnológicos, entre outros fatores, o mercado está adaptando dar uma resposta positiva a este público.
— Eu não vou a uma pizzaria há anos — comemora a advogada Carolina Job Brose, intolerante à glúten e à lactose e vice-presidente da Associação dos Celíacos do Brasil- Rio Grande do Sul (Acelbra), que congrega 2 mil cadastrados no Estado, se referindo a uma pizzaria de Porto Alegre que oferece massa na versão sem glúten, desde que o pedido seja feito um dia antes.
Diagnosticada aos três anos com doença celíaca (patologia que afeta o intestino delgado de adultos e crianças que consomem alimentos que contenham glúten), Carolina comemora muitos desses avanços junto a Acelbra. O principal deles é a lei que obriga os fabricantes de alimentos a discriminarem nas suas embalagens se os alimento “Contém Glúten” ou “Não contém Glúten”.
Conforme o alergologista Giovanni Di Gesu, diretor da Associação Brasileira de Alergia e imunopatologia da regional do Rio Grande do Sul (Asbai-RS), a prevalência de reações adversas a alimentos tem aumentado de maneira significativa nas últimas décadas.
— O estilo de vida moderna, com uma maior exposição a alérgenos ambientais e poluentes, a interrupção do aleitamento materno e a introdução precoce de alimentos sólidos são alguns dos fatores associados ao aumento da prevalência das doenças alérgicas — explica o médico.
Outro dado alarmante vem de um levantamento feito por pesquisadores da Universidade de Umea, na Suécia, e da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. O material, publicado no mês de julho deste ano no periódico científico PloS One, aponta que a doença celíaca é responsável pela morte de cerca de 42 mil crianças todos os anos – a maioria na África e na Ásia.
Saiba mais:
Intolerância a lactose
:: Por que acontece?O organismo não produz enzimas para quebrar o açúcar do leite.
:: SintomasDor abdominal, diarreia, inchaço, flatulência, assaduras.
:: Grau de intolerância- Em casos leves, é tolerado até um ou dois copos de leites por dia.
- Em casos mais graves, não tolera nenhum derivado do leite, como iogurtes, queijos, manteigas e biscoitos.
:: O que pode ser feito- Exames para diagnosticar a doença
- Diminuir ou excluir derivados de leite da alimentação diária
- Ler atentamente os rótulos
- Importar cápsulas com a enzima láctea
- Aumentar a ingestão de cálcio por suplementos ou consumindo folhas escuras (brócolis, couve)
:: Alimentos permitidos- Carnes em geral
- Margarina e geleia
- Leguminosas (feijão, vagem, lentilha)
- Verduras, frutas e legumes
- Leite e sucos de soja e de arroz e queijo tipo tofu
- Pães e bolachas isentes de leite em sua composição
Intolerância ao glúten
:: Por que acontece?A doença celíaca é uma desordem do sistema imune que provoca danos na mucosa do intestino delgado, órgão que possui vilosidades, que faz com a área de absorção de nutrientes obtidos através da alimentação seja maior. O intestino do celíaco apresenta uma diminuição das vilosidades, acarretando na dificuldade de absorção de nutrientes, principalmente gordura, cálcio, ferro e ácido fólico.
:: Principais reaçõesDiarreia, gases, vômito, perda de peso, fome intensa, fraqueza e fadiga, ausência de menstruação e infertilidade, depressão e irritação, osteoporose, anemia e outros problemas derivados da má absorção da má absorção de nutrientes.
:: Quais são os sintomas mais comuns?Pode ter ou não sintomas, que vão de leves a severos. Prisão de ventre, constipação intestinal e manchas e alterações do esmalte dental, entre outros sintomas aparecem em casos mais amenos.
Há quem não manifeste sintomas: neste caso, faz-se exames em familiares de primeiro grau do celíaco, que têm mais chances de apresentar a doença. Os casos assintomáticos podem causar complicações como câncer de intestino, anemia, entre outros problemas.
:: O que deve ser feito- A doença celíaca é crônica e, quanto confirmada, uma alimentação sem glúten deve ser seguida por toda a vida. Após duas semanas, é possível observar a melhora através da diminuição dos sintomas.
- Banir alimentos derivados do trigo, aveia, centeio e cevada.
- Ler atentamente os rótulos: é obrigatória a informação "contém" ou "não contém" glúten.
- Nos restaurantes e festas de amigos, é necessário pedir informações para certificar que o alimento está isento de glúten.
:: DiagnósticoFeito através de testes de anticorpos sanguíneos, biópsia do intestino seguida de uma dieta livre de glúten para analisar os sintomas e observar se há melhora nas viscosidades do intestino. De acordo com os resultados, principalmente da biópsia, é confirmada a presença da doença celíaca.
:: Alimentos permitidos- Arroz e creme de arroz
- Milho: farinha, fubá, amido ou maisena, flocos de milho, canja, pipoca
- Batata: fécula de batata
- Mandioca: farinha, polvilho doce, polvilho azedo
- As bebidas alcoólicas permitidas são o vinho, o aguardente, espumante ou champanhe e saquê.
Representadas por qualquer reação anormal à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares, as reações adversas podem ser classificadas como tóxicas e não tóxicas. As reações tóxicas dependem mais da substância ingerida, como por exemplo toxinas bacterianas presentes em alimentos contaminados, que podem causar uma gastroenterite ou das propriedades farmacológicas de determinadas substâncias presentes em alimentos, como a cafeína no café, que podem causar insônia ou taquicardia. Já as reações não tóxicas podem ser classificadas em não imunológicas (intolerância alimentar) ou imunológicas (alergia alimentar e doença celíaca).
Viver desviando de glúten, leite, lactose, crustáceos, castanhas, entre outros tantos itens bastante presentes no nosso dia a dia, não é nada fácil, mas acredite, já foi bem mais complicado. Em razão do aumento no número de pessoas com esses sintomas no mundo, graças a diagnósticos corretos, avanços tecnológicos, entre outros fatores, o mercado está adaptando dar uma resposta positiva a este público.
— Eu não vou a uma pizzaria há anos — comemora a advogada Carolina Job Brose, intolerante à glúten e à lactose e vice-presidente da Associação dos Celíacos do Brasil- Rio Grande do Sul (Acelbra), que congrega 2 mil cadastrados no Estado, se referindo a uma pizzaria de Porto Alegre que oferece massa na versão sem glúten, desde que o pedido seja feito um dia antes.
Diagnosticada aos três anos com doença celíaca (patologia que afeta o intestino delgado de adultos e crianças que consomem alimentos que contenham glúten), Carolina comemora muitos desses avanços junto a Acelbra. O principal deles é a lei que obriga os fabricantes de alimentos a discriminarem nas suas embalagens se os alimento “Contém Glúten” ou “Não contém Glúten”.
Conforme o alergologista Giovanni Di Gesu, diretor da Associação Brasileira de Alergia e imunopatologia da regional do Rio Grande do Sul (Asbai-RS), a prevalência de reações adversas a alimentos tem aumentado de maneira significativa nas últimas décadas.
— O estilo de vida moderna, com uma maior exposição a alérgenos ambientais e poluentes, a interrupção do aleitamento materno e a introdução precoce de alimentos sólidos são alguns dos fatores associados ao aumento da prevalência das doenças alérgicas — explica o médico.
Outro dado alarmante vem de um levantamento feito por pesquisadores da Universidade de Umea, na Suécia, e da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. O material, publicado no mês de julho deste ano no periódico científico PloS One, aponta que a doença celíaca é responsável pela morte de cerca de 42 mil crianças todos os anos – a maioria na África e na Ásia.
Saiba mais:
Intolerância a lactose
:: Por que acontece?O organismo não produz enzimas para quebrar o açúcar do leite.
:: SintomasDor abdominal, diarreia, inchaço, flatulência, assaduras.
:: Grau de intolerância- Em casos leves, é tolerado até um ou dois copos de leites por dia.
- Em casos mais graves, não tolera nenhum derivado do leite, como iogurtes, queijos, manteigas e biscoitos.
:: O que pode ser feito- Exames para diagnosticar a doença
- Diminuir ou excluir derivados de leite da alimentação diária
- Ler atentamente os rótulos
- Importar cápsulas com a enzima láctea
- Aumentar a ingestão de cálcio por suplementos ou consumindo folhas escuras (brócolis, couve)
:: Alimentos permitidos- Carnes em geral
- Margarina e geleia
- Leguminosas (feijão, vagem, lentilha)
- Verduras, frutas e legumes
- Leite e sucos de soja e de arroz e queijo tipo tofu
- Pães e bolachas isentes de leite em sua composição
Intolerância ao glúten
:: Por que acontece?A doença celíaca é uma desordem do sistema imune que provoca danos na mucosa do intestino delgado, órgão que possui vilosidades, que faz com a área de absorção de nutrientes obtidos através da alimentação seja maior. O intestino do celíaco apresenta uma diminuição das vilosidades, acarretando na dificuldade de absorção de nutrientes, principalmente gordura, cálcio, ferro e ácido fólico.
:: Principais reaçõesDiarreia, gases, vômito, perda de peso, fome intensa, fraqueza e fadiga, ausência de menstruação e infertilidade, depressão e irritação, osteoporose, anemia e outros problemas derivados da má absorção da má absorção de nutrientes.
:: Quais são os sintomas mais comuns?Pode ter ou não sintomas, que vão de leves a severos. Prisão de ventre, constipação intestinal e manchas e alterações do esmalte dental, entre outros sintomas aparecem em casos mais amenos.
Há quem não manifeste sintomas: neste caso, faz-se exames em familiares de primeiro grau do celíaco, que têm mais chances de apresentar a doença. Os casos assintomáticos podem causar complicações como câncer de intestino, anemia, entre outros problemas.
:: O que deve ser feito- A doença celíaca é crônica e, quanto confirmada, uma alimentação sem glúten deve ser seguida por toda a vida. Após duas semanas, é possível observar a melhora através da diminuição dos sintomas.
- Banir alimentos derivados do trigo, aveia, centeio e cevada.
- Ler atentamente os rótulos: é obrigatória a informação "contém" ou "não contém" glúten.
- Nos restaurantes e festas de amigos, é necessário pedir informações para certificar que o alimento está isento de glúten.
:: DiagnósticoFeito através de testes de anticorpos sanguíneos, biópsia do intestino seguida de uma dieta livre de glúten para analisar os sintomas e observar se há melhora nas viscosidades do intestino. De acordo com os resultados, principalmente da biópsia, é confirmada a presença da doença celíaca.
:: Alimentos permitidos- Arroz e creme de arroz
- Milho: farinha, fubá, amido ou maisena, flocos de milho, canja, pipoca
- Batata: fécula de batata
- Mandioca: farinha, polvilho doce, polvilho azedo
- As bebidas alcoólicas permitidas são o vinho, o aguardente, espumante ou champanhe e saquê.
Fonte Zero Hora
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