Pesquisa feita com base em dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), apontou que as maiores taxas de atendimentos de transplantes são encontradas nas regiões Centro-oeste, Sul e Sudeste
Em artigo publicado na última edição da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada avaliaram indicadores de efetividade, produtividade e capacidade de realização de transplantes nos estados brasileiros.
A pesquisa, feita com base em dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), apontou que as maiores taxas de atendimentos de transplantes são encontradas nas regiões Centro-oeste, Sul e Sudeste (com exceção do Rio de Janeiro) do Brasil. O estado de São Paulo foi o que apresentou os melhores indicadores e o da Bahia, os piores.
Segundo os pesquisadores, estudos sobre o tema descrevem um quadro de acesso aos transplantes bastante desigual nos estados do país.Eles ressaltam que tal cenário resulta de diversos fatores, destacando-se desigualdades na capacidade operacional das Centrais Estaduais, distribuição heterogênea das equipes transplantadoras no território nacional, concentradas nas regiões Sul e Sudeste, e dificuldades de se fazer os exames pré-transplantes pelo SUS, gerando problemas de acessibilidade a esses tratamentos para população de baixa renda, residente distante dos centros transplantadores.
Os resultados também indicaram que, embora os estados da região Nordeste tenham exibido desempenhos relativamente inferires, os estados do Ceará e de Pernambuco também merecem destaque positivo. Por outro lado, os pesquisadores, dizem que o estado do Rio de Janeiro parece estar em situação inferior ao potencial sanitário, humano e econômico que tem à disposição
No que se refere a Bahia, eles explicam que uma das razões para o desempenho deficiente mostrado seria a baixa taxa de doação de órgãos na localidade. Essas baixas taxas de doação podem ocorrer por falta de informações sobre transplantes, por desconhecimento do conceito de morte cerebral, por medo da morte e outros mitos, e pela falta de credibilidade no sistema de saúde. Além disso, a falta de treinamento médico para identificação e manejo clínico do potencial doador, a relutância das equipes em entrevistar as famílias enlutadas e a falta de equipamentos para diagnosticar morte encefálica pode prejudicar também o processo de doação.
E contam que acreditam que o presente estudo, no que se refere à avaliação das desigualdades das atividades de transplantes de órgãos e de tecidos entre os estados brasileiros, não encontra similaridades no Brasil”, afirmam os pesquisadores.
Fonte SaudeWeb
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