A humanidade chegou à marca dos sete bilhões de habitantes, a Europa vive uma grave crise econômica e acaba de ser divulgado ranking mundial do IDH, Índice de Desenvolvimento Humano.
Os temas são associados e juntos dariam um bom esqueleto para uma análise da conjuntura mundial. Impossível fazê-la com as limitações de tempo e espaço.
A chegada aos sete bilhões e habitantes enfatiza o que tenho destaco este ano:o drama da alimentação. São 80 milhões de novas bocas a serem alimentadas, num contexto de avanço da desertificação, esgotamento de estoques pesqueiros e superbombeamento de água em regiões importantes da China.
O que aconteceu em algumas províncias do norte e nordeste da China repercute aqui no Brasil, na demanda de alimentos. E pode ter contribuído, de alguma forma, com nosso avanço no ranking mundial do IDH. Passamos para o 84º lugar num quadro de 187 países.
Se fóssemos pensar apenas na distribuição de renda, nosso lugar seria pior nesse ranking. Entratanto, olhando apenas para o índice de satisfação, o Brasil ocuparia um posto mais alto, perto de alguns países europeus.
Um pequeno pais chamado Butão criou o índice de felicidade, como um dos seus critérios de governo. Se os termos fossem os propostos pelo o Butão, o Brasil seria um dos mais felizes do mundo.
O problema é que as linhas do IDH e da felicidade se encontram em muitos pontos. Saúde pública, a distribuição de renda, saneamento básico, são exemplo, de algumas variáveis importantes para a felicidade humana.
O crescimento da humanidade coloca cada vez mais no foco o elemento que não apenas influi na felicidade como até na própria filosofia: o alimento.
Nesse ano de 2012, ainda que seja apenas para colocar o tema na agenda, será preciso discutir com os políticos como as cidades podem contribuir com a produção de alimentos. Hortas comunitárias, uso de terrenos na periferia, telhados verdes nos prédios-tudo isso pode amenizar o processo.
O Brasil é, ao lado dos EUA, Austrália e Argentina, um grande produtor mundial de alimentos.
Mesmo assim, as grandes cidades serão chamadas a racionalizar seu consumo e a contribuir, secundariamente, com a produção.
É possível que os políticos não se interessem por isso. Mas se houver interessados nas metrópoles, a coisa acaba avançando sem eles. O único problema é saber se o debate político vai empolgar alguém, em 2012.
Fonte Estadão
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