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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Portugal: Brincar na rua reduz risco de miopia nas crianças

Para grandes males, por vezes não são necessários grandes remédios. É que, revela um estudo científico, o tempo que as crianças passam em brincadeiras ao ar livre pode ajudar a prevenir problemas de visão, como a miopia.

 Foi um hábito que a modernidade quase condenou. Mas é o regresso a um passado onde a rua era o espaço de eleição para as brincadeiras das crianças que defendeu um grupo de especialistas na reunião anual da Academia Americana de Oftalmologia, que se realizou durante a semana passada, na Florida. É que, consideram os médicos, mais tempo passado fora de casa está associado a uma redução do risco de miopia nas crianças e adolescentes.

Uma análise de oito estudos oftalmológicos recentes, que associam o tempo passado fora de casa e a miopia, em que participaram 10 400 jovens, comprovou que uma maior exposição à luz natural e que o tempo despendido a olhar para objectos mais distantes são factores a ter em conta na manutenção da saúde visual. E sobretudo importantes para afastar o fantasma da miopia, uma doença que afecta cerca de dois milhões de portugueses, muitos dos quais crianças.

Segundo Justin Sherwin, da Universidade de Cambridge, líder do grupo que levou a cabo a investigação, por cada hora adicional que os mais novos passam fora de casa todas as semanas, o risco de miopia cai cerca de 2%.

Apesar de não serem claras as razões, tudo indica que, mais do que realizar uma tarefa específica, é o simples facto de estar fora de casa que pode fazer a diferença. «Aumentar o tempo que as crianças passam na rua pode ser uma medida simples e sem grandes custos, mas com benefícios importantes para a visão e para a saúde em geral», referiu Anthony Khawaja, investigador da mesma universidade, a quem esteve a cargo a apresentação do estudo.

É, no entanto, ressalvou o médico, necessário mais trabalhos e mais informações, «que ajudarão a determinar quais os factores mais importantes: se o aumento da visão ao longe, se o uso reduzido da visão ao perto, se a exposição à luz natural ou se é a actividade física desenvolvida».

Fonte Destak

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