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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

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Há alternativas melhores, como a videohisteroscopia cirúrgica

A literatura médica registra que de 30% a 60% das mulheres em fase reprodutiva apresentam miomas uterinos, mas o número de portadoras de miomas pode ser maior, porque muitas delas são assintomáticas. Um terço das mulheres apresenta miomas, um número relativamente grande, mas apenas 10% delas apresentam sintomas, ou seja, miomas que crescem muito ou resultam em hemorragia. Existe uma incidência muito grande de mulheres assintomáticas, que descobrem ser portadoras de mioma uterino, quando procuram o ginecologista para uma consulta de rotina.

Apesar de ser uma formação benigna, sem risco de evoluir para um câncer, o mioma é responsável por 90% das cirurgias de retirada de útero, a chamada histerectomia. No SUS, a histerectomia é a segunda cirurgia mais freqüente entre as mulheres em idade reprodutiva, só perdendo para as cesáreas. Em 2005, foram feitas 112,2 mil retiradas de útero, ao custo de R$ 67,5 milhões. Os sistemas privado e suplementar de saúde não registram esses dados.

Os miomas podem localizar-se em praticamente todo o corpo do útero. Miomas subserosos crescem na superfície externa do útero e podem ser pediculados, quando ligam-se a ele por uma estrutura fina e alongada que se chama pedículo. Eles podem provocar dor, mas não provocam sangramento. Já os submucosos, que se situam na cavidade uterina, podem ser causa de sangramento abundante. Já os miomas intramurais situam-se na parede do útero e os intraligamentares, às vezes, podem ser motivo de dúvida no exame ginecológico, por sua semelhança com o tumor sólido de ovário.

Os miomas podem interferir na fertilidade da mulher, dificultando a fixação do embrião nas paredes do útero e também alterando a qualidade de vida de suas portadoras, gerando aumento desmedido do fluxo menstrual e, em alguns casos, anemia, inchaço, dores e problemas causados pela compressão de órgãos vizinhos, como prisão de ventre, vontade freqüente de urinar.

A incidência de miomas costuma ser maior entre alguns grupos da população. Negras, obesas, hiperestrogênicas (que produzem muito estrogênio), mulheres com predisposição genética, aquelas que tiveram primeira menstruação muito cedo e as sem filhos estão entre as mais atingidas.

Alternativas para a histerectomia
No Brasil, a histerectomia é a intervenção ginecológica mais freqüentemente empregada no tratamento dos miomas, apesar de, muitas vezes, não ser a mais apropriada. Devemos ressaltar que, em alguns casos, o procedimento é a única opção para o médico que, infelizmente, não tem acesso a hospitais e centros de saúde equipados com novas tecnologias. Uma dessas inovações tecnológicas é a videohisteroscopia cirúrgica, já disponível nos principais hospitais de São Paulo.

A videohisteroscopia pode resolver desde casos simples como a retirada de um DIU perdido no útero até problemas mais complexos como a presença de miomas e pólipos na cavidade intra-uterina. Por isso, e técnica pode ser indicada para várias situações: desde a correção de anormalidades congênitas a divisão do útero em duas cavidades, por exemplo , redução endometrial diminuição da camada interna do útero, que pode causar sangramento excessivo e os mencionados miomas uterinos.

A videohisteroscopia apresenta vantagens quando comparada com a tradicional curetagem, por exemplo, que é feita praticamente às cegas, retirando do útero o que está fácil e podendo deixar parte de um tumor ou mesmo nem chegando a ele, devido à sua localização. Como o problema persiste, o médico acaba indicando a retirada do útero para eliminar o sangramento ou os sintomas, o que poderia ser evitado com a videohisteroscopia cirúrgica.

A maioria dos problemas que acometem as mulheres pode ser detectado pelo exame ginecológico anual. No entanto, os problemas que ocorrem dentro da cavidade uterina não são facilmente identificados. Nesses casos, a ultra-sonografia e a videohisteroscopia são métodos eficientes para o diagnóstico das doenças O histeroscópio é um pequeno tubo, com 25 centímetros de comprimento por 2,0/4,0 milímetros de diâmetro, por onde passa um conjunto de lentes capaz de oferecer uma visão privilegiada do interior da cavidade uterina.

Durante a realização do procedimento, a paciente é submetida a um toque vaginal, para que o médico avalie a posição e o tamanho do útero. Em seguida, um espéculo é colocado no canal vaginal para a visualização e a assepsia da região. O colo do útero é, então, tracionado e o histeroscópio, lentamente introduzido. Na medida em que vai penetrando o canal, o equipamento libera gás carbônico para distender as paredes uterinas.

O médico, então pode investigar minuciosamente o canal e a cavidade do útero por volta de cinco minutos. Em 90% dos casos, a videohisteroscopia é acompanhada de biópsia, ou seja, da retirada de um minúsculo fragmento do tecido uterino para a análise da natureza de suas alterações.

A videohisteroscopia é um importante procedimento para diagnosticar problemas intra-uterinos como aderências e tumores e para pesquisar causas de sangramento ou infertilidade desde que não haja contra-indicações para a realização do procedimento, como gravidez, infecção vigente ou sangramento abundante.

Joji Ueno é ginecologista, especialista em reprodução humana, Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP, diretor da Clínica Gera. www.clinicagera.com.br

Fonte Minha Vida

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