Tratamentos incluem o uso de anticoncepcionais ou cirurgia
Sangramento, cólicas fortes e dificuldade para engravidar. Estes são os principais sinais do problema feminino conhecido como mioma, tumores benignos não cancerígenos que se formam no útero. A causa do quadro clínico ainda intriga os especialistas, que apresentam a genética e a ação dos hormônios como principais fatores para a disfunção. "Ainda não é possível entender por que os miomas aparecem, sabemos que uma delas é a sensibilidade ao estrogênio (hormônio feminino), por isso que acometem mulheres no período fértil, quando as substância está em níveis maiores no organismo", explica a ginecologista Rosa Maria Neme.
De acordo com a especialista, o estrogênio atua como "alimento" para o tumor. Na grande maioria das vezes, ele é o responsável pelo aumento de tamanho do mioma, que pode passar dos 10 centímetros. "Quando o problema é descoberto precocemente, a paciente pode contar com a ajuda de anticoncepcionais que diminuem a produção do estrogênio, reduzindo a velocidade de crescimento dos miomas. Mas com a parada do medicamento os miomas voltam a crescer", explica a ginecologista.
Diagnóstico
Para diagnosticar o problema, o ultrassom é o principal aliado. Primeiro, o especialista vai analisar o histórico da paciente, como casos de mioma na família, cólicas fortes, menstruação prolongada ou sangramento. O exame físico também pode sinalizar outros problemas. Depois dessas considerações, o médico deve pedir a realização de um exame ultrassom (transvaginal ou pélvico), que pode sinalizar a presença do mioma e sua localização", explica. A ressonância magnética é outro método de imagem que pode ser usado para o diagnóstico dos miomas. Ela fornece uma avaliação mais detalhada da posição e tamanho dos tumores, mas o custo do exame é mais alto.
Tipos de Mioma
Os miomas estão divididos em três grupos principais de mioma, e as reações e os sintomas variam de acordo com a sua localização no útero.
- Intramurais: esse tipo de mioma fica localizado na porção média da parede uterina, e são os mais comuns. Podem provocar cólicas, além de estender o período da menstruação.
- Subseroso: a principal característica desse tipo de mioma é o aumento do abdômen. Ele se localiza na parte mais externa da parede do útero. Em alguns casos ele pode causar sangramento ou compressão dos órgãos vizinhos. "Há também os pediculados, que são uma variação dos subserosos, mas estão ligados por uma pequena porção de tecido conhecida como pedículo", explica Rosa Maria Neme.
- Submucosos: são os que mais causam sangramento e ficam dentro da cavidade uterina. Eventualmente, ele pode sair pelo orifício do colo uterino, caracterizando o chamado 'mioma parido". Mulheres que apresentam esse tipo de mioma devem passar por uma cirurgia para retirada, já que ele aumenta o risco de aborto durante a gravidez.
Tratamento
O tratamento do mioma é feito com inibidores do hormônio feminino (para controle do crescimento), mas, em alguns casos, é necessária a intervenção cirúrgica nas mulheres que já apresentam um quadro avançado do problema. Normalmente ela ocorre por laparoscopia, uma técnica que utiliza uma câmera e hastes específicas para remoção do tumor.
Nos casos de mioma submucosos, a técnica utilizada é bem parecida, mas denominada de histeroscopia, que funciona com instrumentos que chegam até a cavidade interna do útero. Nos quadros mais complicados é preciso utilizar uma técnica ofensiva. "Quando são muitos miomas e, em lugares de difícil remoção, é necessário fazer uma cisão no abdômen (o corte fica parecido com o da cesárea) para conseguirmos retirar o mioma", diz a especialista.
Quando o mioma é de volume grande, há também uma injeção do do hormônio GHR (hormônio liberador de gonadotrofina) que deve ser aplicada três meses antes da cirurgia para auxiliar na extração. "A técnica funciona como uma menopausa precoce, já que inibe a produção de estrógeno e ajuda na redução do mioma. No entanto, este método pode causar muitos efeitos colaterais, como calores, insônia, diminuição da libido e depressão", diz Rosa Maria Neme.
A recepcionista Luciana Borges, de 29 anos, conta que teve o mioma subseroso, mas o tratamento foi um sucesso. "Não podia engravidar enquanto não tirasse o mioma. Os médicos me explicaram que os índices de aborto são muito maiores quando existe esse tipo de mioma. Eu sofria de cólicas fortes antes da menstruação, mas meu sangramento era normal. Depois da retirada do mioma com a cirurgia, as cólicas acabaram e fiquei grávida um ano depois", conta.
Fonte Minha Vida
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