Intervenção cirúrgica e tratamento clínico pode garantir uma gestação mais saudável
Estudo realizado pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra, descobriu que miomas uterinos estão associados a abortos recorrentes. Os pesquisadores também descobriram que, com a remoção dos miomas - que distorcem o interior do útero -, o risco de aborto no segundo trimestre de gravidez é reduzido à zero.
Ao todo, foram 20 anos de investigação de dados de 996 mulheres. Elas passaram por ultrassom transvaginal e radiologia, para que anomalias uterinas fossem detectadas, e 79 foram diagnosticadas com miomas. Entre as mulheres com abortos recorrentes, 8,2% tinham prevalência de miomas, dado este que nunca havia sido relatado com precisão em pesquisas anteriores.
Miomas intrauterinos ou em torno do útero são tumores benignos feitos de tecido muscular e fibroso. Alguns especialistas já faziam a associação entre eles e abortos, mas, até agora, não existiam evidências científicas.
Outra etapa da pesquisa exigiu que, do grupo total, 25 mulheres passassem por histeroscopias (exame que visa diagnosticar patologias intrauterinas). Nesse grupo, as taxas de aborto durante o segundo semestre caíram de 21,7% para 0%. Assim, a taxa de natalidade pulou de 23,3% para 52%. A conclusão desses dados foi de que a remoção de miomas que distorcem a cavidade uterina pode eliminar o risco de abortos recorrentes em mulheres que costumam ter o problema.
Outras 54 mulheres, cujo mioma não distorcia a cavidade uterina, não foram submetidas à cirurgia. Após tratamento clínico, elas também tiveram redução da taxa de aborto - de 17,6% a 0%. Assim, a taxa de nascidos vivos passou de 20,6% para 70,4% em gestações subsequentes.
Um terceiro grupo de 285 mulheres, sem intervenções cirúrgicas e com abortos recorrentes tidos como inexplicáveis, também teve resultados similares após tratamento clínico. A taxa de aborto no segundo semestre de gravidez passou de 8% para 1,8%. Com isso, a taxa de nascidos vivos passou de 20,6% para 71,9%.
Saiba mais sobre o mioma
Durante a fase fértil, que se inicia a partir da primeira menstruação, a mulher não pode deixar de acompanhar de perto tudo o que acontece em relação à sua saúde íntima. Além das consultas de rotina com o ginecologista, é muito importante que ela se conheça bem para saber identificar possíveis problemas.
Sintomas como sangramentos menstruais mais intensos, cólicas, aumento da frequência urinária, dor durante a relação sexual e aumento do volume abdominal podem ser fortes indícios de um problema que atinge mulheres geralmente a partir dos 35 anos. Trata-se do mioma uterino, um tumor sólido de tecido muscular e caráter benigno que aparece no útero.
O coordenador do Centro de Miomas da Rede D'Or, no Rio de Janeiro, Michel Zelaquette, explica que, apesar de ser benigno, o mioma pode causar infertilidade, especialmente quando localizado na cavidade endometrial ou em situações na qual provoca compressão das trompas. Portanto, quanto antes diagnosticado, melhor.
Mas, somente cerca de 30% das mulheres que tem mioma, apresentam sintomas. A grande maioria não sente absolutamente nada, o que pode levar a um diagnóstico tardio. Por isso é tão importante que a mulher consulte seu ginecologista, no mínimo, uma vez por ano.
Zelaquette esclarece que o diagnóstico é sugerido pelo exame clínico do toque vaginal e confirmado pela ultrassonografia transvaginal ou pélvica. Segundo ele, as causas desse tumor ainda não foram completamente identificadas pela ciência.
"Apesar disso, o que já está comprovado é que existem fatores predisponentes para o seu desenvolvimento, como casos anteriores do problema na família. O mioma é mais frequente entre as mulheres da raça negra e naquelas que nunca tiveram filhos", afirma o especialista. Quem já engravidou ou faz uso de anticoncepcional por longa data também tem menos chances de desenvolver o tumor.
Fonte Minha Vida
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