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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Como esperar colaboração de um usuário que não conhece o sistema?

Para economista e consultor em Saúde Suplementar, como prevenção a proposta é trabalhar na educação, abordando prioritariamente a informação

Há muito tempo que se pesquisa e se discute sobre os resultados positivos do investimento em ações de prevenção na saúde – que hoje ainda figura muito na assistência médica hospitalar – visando a maior acessibilidade por quem usa, sem comprometer a qualidade e “saúde” de quem a disponibiliza. Geralmente, o foco deste trabalho é baseado em grupos com características semelhantes – profissão, sexo ou idade – de preferência concentrados em determinada região geográfica e com participação de médio e longo prazo.

Tais características levam em conta aspectos bem particulares, como contratos celebrados por grupos de uma empresa, por exemplo, que arca com o custo total ou parcial. Ou ainda, uma categoria profissional, em que todos contribuem mensalmente. Há ainda, os chamados grupos de beneficiários, dentro do grupo de contratos individuais e/ou familiares, com características semelhantes, com idade, sexo, endereço, entre outros.

Ocorre que, apesar de não ser complicada esta identificação, isto gera algum trabalho que a operação do dia a dia acaba por comprometer muito a qualidade desta filtragem. O erro desta “estratificação” é que o processo começa pelo fim, o que aumenta o mito da dificuldade! Ao final das contas, isso impede a efetiva realização de ações, cujo objetivo principal é beneficiar o sistema de saúde como um todo.

Como prevenção a proposta é trabalhar na educação, abordando prioritariamente a informação. Afinal, como esperar colaboração ou atitude pró ativa de um usuário que não conhece o funcionamento do sistema? Ter claro a “relatividade”, ou seja, a média de um grupo de beneficiários, quando se observa individualmente o usuário que faz 10 consultas nos últimos 12 meses, enquanto o seu grupo, em média, não ultrapassou 6 consultas no mesmo período.

No mundo contemporâneo e dinâmico em que vivemos, todos sabem a importância do saber ouvir, em ter um canal aberto para relacionamento e informação. Não basta aceitar apenas as atividades do SAC e das Autorizações. Para ‘interagir’ com este público é preciso ter uma equipe supervisionada por educadores e médicos, estes com as especialidades básicas. Hoje, a meta é não deixar nenhuma pergunta sem resposta e, aliando prevenção e educação, propor o melhor a ser feito, em cada caso, em prol do beneficiário. Certamente, isto não é uma célula de redução de custo imediato. Mas é um caminho a ser perseguido.

Outro ponto importante a ser observado é a “Sociabilidade”. Neste quesito, deve-se possibilitar e induzir a participação do beneficiário em oficinas, seções de terapia ocupacional em grupo, oferecer promoções de laser (parceria com empresas de entretenimento com melhores condições de pagamento), entre outras ações que o educador e a equipe médica saberão orientar.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, é preciso desenvolver atividades complementares, mantendo com insistência os processos de orientação de comportamento, tais como incentivar atividades físicas, promover eventos – como “Caminhada do Coração”, pela operadora ‘X’. Estas ações, além de saudáveis, são muito bem aproveitadas pela equipe de marketing, que terá ainda a oportunidade de melhorar suas relações com diversos públicos.

No rol destas ações, cabe ainda a informação/educação no que tange aspectos como alimentação, fornecendo material de orientação que vão desde rendimentos obtidos até as receitas recomendáveis, assinadas por nutricionistas; e os cuidados referentes a medicação, quando pode-se criar também programas sobre automedicação, fundamentar que o remédio usado de forma errada tem efeito contrário, o perigo da interação das drogas com outras substâncias, etc.

Cada população tem o seu próprio perfil, mas o que enriquece esta proposta, após seu inicio bem sucedido e um mínimo de aderência, é ter conseguido subsídios para a constante customização.

O cuidado é não perder o foco, pois não se trata de um plantão assistencial ou meramente orientativo, em que o beneficiário aciona quando está em situação apenas de utilização. Trata-se efetivamente de um programa “educativo” para a melhor saúde e melhor utilização da assistência médica.

Sem hipocrisia ou manipulações, o objetivo final é a utilização adequada dos recursos financeiros, com redução do custo final para todos os envolvidos.

Pedro Fazio
Economista e consultor em Saúde Suplementar

Fonte SaudeWeb

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