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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Especialistas apontam “os sete erros” da médica de Fina Estampa

finaestampa-tl
Rede Globo
Danielle Fraser, vivida por Renata Sorrah, com Esther (Julia Lemmertz) em cena de Fina Estampa
Personagem de Renata Sorrah é antiética e distorce a reprodução assistida

As atitudes de Danielle Fraser, a especialista em reprodução assistida da novela Fina Estampa (TV Globo), vem deixando médicos e pacientes de cabelo em pé.

A reprodução assistida no Brasil responde a uma série de normas enumeradas na resolução 1957, de dezembro de 2010, feita pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), que fazem parte do Código de Ética Médica.

Mas a cada capítulo, a personagem de Renata Sorrah vem ignorando essas regras, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, Adelino Amaral, membro da Câmara Técnica do CFM.

- [O que a personagem faz] é totalmente antiético. A gente entende que os profissionais que fazem isso são sérios, por isso estão maculando a nossa imagem. Podem achar que todos fazem isso, mas a gente faz de acordo com o CFM.

Danielle Fraser usa uma de suas pacientes, a fragilizada Esther, para gerar um sobrinho seu. Esther resolve encarar uma reprodução independente, por ter um marido estéril, e nem imagina que Danielle fertiliza em seu útero um óvulo de sua ex-cunhada (Beatriz) com o sêmen do irmão já falecido. E pior: a secretária de Danielle descobre o que foi feito e conta para a doadora do óvulo que agora quer a guarda de Victoria, a menina gerada no ventre de Esther.

A história contada na novela mostra uma série de erros de conduta que jogam fora o maior princípio da reprodução assistida realizada no país: a preservação do anonimato de quem doa e de quem recebe óvulos e espermatozoides, explica Maria Cecília Erthal, diretora médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D`Or. Veja quais são no “jogo de sete erros” acima.

- É uma história estapafúrdia, que quer criar polêmica só para dar ibope. Mas o assunto é muito delicado porque as pessoas que passaram por isso podem sentir algum terror e tem muitas mulheres que necessitam da doação.

De acordo com a diretora, desde que Danielle começou a mostrar o seu lado mais nefasto, muitas pacientes da clínica mostraram preocupação.

O que fazer em casos parecidos?
Se o anonimato for quebrado em qualquer instância do tratamento ou se a paciente souber de qualquer irregularidade, pode fazer uma denúncia comparecendo ao CRM (Conselho Regional de Medicina) da cidade onde foi realizado o procedimento.

Depois disso, uma junta de médicos vai investigar o caso, podendo abrir um processo ético. Em última instância, o especialista pode ser cassado e perder o registro profissional, explica Adelino Amaral.

No entanto, já está tramitando na Câmara dos Deputados um projeto de lei que discute a questão. Se aprovado, a reprodução assistida será regida por uma lei e seus profissionais poderão responder na esfera judicial.

Fonte R7

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