Os médicos, até meados da década de 1990, quando a talassemia ainda tinha tratamento limitado e oneroso até na Itália, onde é maior sua incidência, faziam um prognóstico de cinco anos, no máximo dez anos de sobrevida para os portadores da doença.
Os doentes de talassemia, anemia do Mediterrâneo, cujo nome vem do grego talassa (mar) e aima (sangue), dependentes de transfusões constantes, uma ou duas vezes por mês, carregavam, colado ao corpo de oito a dez horas por dia, uma bombinha para infusão do Desferal, na época único quelante ou medicamento destinado a retirar o excesso de ferro acumulado no organismo, principalmente no coração e no fígado.
Entretanto o avanço da medicina e a descoberta dos quelantes orais trouxeram alívio para os portadores de talassemia, sem o incômodo do Desferal, cuja bombinha é acoplada ao corpo por uma seringa para infusão subcutânea. A combinação dos remédios é, em alguns casos, necessária, porque a ação deles varia na remoção do excesso de ferro – um é mais eficaz para o coração, outro funciona melhor para outros órgãos. O controle depende de exames de laboratório.
Há outras formas de talassemia intermédia, que pode ou não precisar de tratamento, e a talassemia minor, que só apresenta traços da doença, sem requerer cuidados especiais.
Segundo a médica Sandra Loggetto, do Centro de Hematologia de São Paulo, os doentes de talassemia no Brasil não ultrapassam muito o número de casos já identificados, 301 major e 221 intermédia. Os talassêmicos minor são cerca de 2,7 milhões. Mas, a médica afirma que é preciso se ter atenção a esse número, porque portadores de gene da talassemia minor podem gerar filhos com a doença.
A doença tem como única forma de cura o transplante de medula, embora já seja frequente na Itália, no Brasil ainda é incipiente.
Fonte CorpoSaun
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