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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Medicamento tem potencial para combater tuberculose e câncer de bexiga

É a primeira vez que os possíveis mecanismos comuns de ação do medicamento contra as duas doenças são descritos

Pesquisadores da Unicamp estão desenvolvendo um fármaco que poderá ser útil no combate à tuberculose e ao câncer de bexiga. O trabalho mostra que o P-Mapa, um tipo de medicamento, é capaz de ativar determinados receptores do sistema imunológico e favorecer as doenças em experimentos com animais. É a primeira vez que os possíveis mecanismos comuns de ação do medicamento contra as duas doenças são descritos.

" O P-Mapa está sendo testado há bastante tempo e já se sabia que ele podia agir contra câncer em animais. A grata surpresa dos últimos anos foi a demonstração do seu efeito também em doenças infecciosas in vivo [em animais de laboratório], a exemplo da malária, listeriose e leishmaniose visceral em cães. Nossos pesquisadores ficaram inicialmente perplexos porque não conseguiam visualizar um ponto comum para entender a atuação em patologias tão diversas" , lembra o administrador de empresas Iseu Nunes, filho do médico idealista do tratamento, Odilon da Silva Nunes (1922-2001), que há mais de 60 anos, num laboratório mantido com seus próprios recursos, pesquisava produtos originados de fungos com potencial antitumoral. Em 2001, Durán e Nunes criaram a Farmabrasilis, uma rede de pesquisa aberta e sem fins lucrativos que, entre outros produtos, desenvolveu e disponibilizou gratuitamente um derivado da molécula original criada por Odilon Nunes, o P-Mapa, para pesquisas visando ao tratamento de doenças negligenciadas e aplicações em saúde pública.

O professor Wagner José Fávaro, do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, esclarece que as novas pesquisas sobre os mecanismos de ação permitem visualizar pelo menos um caminho comum: a atuação dos toll-like, que são receptores de alerta das células, tanto para doenças infecciosas como para alguns tipos de câncer. " Como resultado adicional, temos a confirmação por meio de trabalhos realizados no Brasil e Estados Unidos de que o P-Mapa pode agir em câncer e doenças infecciosas" .

Os pesquisadores da Farmabrasilis consideram o P-Mapa um dos imunomoduladores mais versáteis em desenvolvimento, por aliar um amplo espectro de atuação com baixos efeitos colaterais adversos, nas dosagens utilizadas em animais experimentais. " O produto já foi testado em ratos, camundongos, macacos e cães, em pequenas e altas dosagens, e em nenhuma dessas espécies revelou toxicidade significativa ou que obrigasse à retirada da medicação. Se este efeito se mantiver em seres humanos, poderemos ter dado um grande passo para colocar um fármaco potente em utilização clínica, justamente por conta desta combinação: amplo espectro de ação com baixo efeito colateral adverso" , diz Iseu Nunes, com a ressalva de que isto ainda depende de confirmação futura.

O P-Mapa
P-Mapa é a sigla em inglês para agregado polimérico de fosfolinoleato-palmitoleato de magnésio e amônio proteico, produto proveniente do fungo Aspergillus oryzae. Segundo os pesquisadores, o produto é um modificador de resposta biológica, ou seja, modifica a resposta do organismo contra doenças, podendo ainda atuar de maneira diferente em diversas doenças. " Um exemplo de modificador de resposta biológica bastante conhecido e utilizado é o Interferon" , ilustra Iseu Nunes, um dos coordenadores da rede Farmabrasilis, que reúne dezenas de pesquisadores atuando em projetos envolvendo o P-Mapa ao redor do mundo.

Com informações da Unicamp

Fonte isaude.net

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