Pedido é para que exista um tratamento diferenciado ao Sul, região mais vulnerável ao vírus
A decisão do Ministério da Saúde de manter inalterada em 2013 a política de prevenção à gripe A no sul do país, contraria os profissionais mais familiarizados com o assunto: os médicos da região.
Há 10 dias os Conselhos Regionais de Medicina do Rio Grande do Sul e do Paraná (Cremers e CRM) e as Associações Médicas dos dois Estados (Amrigs e AMP) entregaram um documento conjunto ao ministro Alexandre Padilha, no qual alertam para a necessidade de oferecer tratamento diferenciado ao Sul, muito mais vulnerável ao vírus.
O documento reivindica que a campanha de vacinação de 2013 ocorra mais cedo e tenha abrangência universal na região. Até quinta-feira, as entidades médicas não haviam recebido resposta de Padilha, defensor de uma política que, de 2010 para cá, reduziu em 67% as vacinas distribuídas no Estado e viu a quantidade de mortos mais do que quadruplicar em apenas um ano no Estado.
No documento, as entidades médicas baseiam sua argumentação em dados estatísticos. Citam, por exemplo, que os Estados do Sul concentram 74% dos casos confirmados de gripe A de todo o país. Lembram, ainda, que apesar de ter uma população três vezes menor do que a do Sudeste, segunda região com maior incidência, o Sul registra quase o triplo de óbitos por gripe A.
— Pedimos apenas que o ministério leve em conta, na sua política, os locais onde o vírus circula e onde as pessoas morrem — afirma Rogério Wolf de Aguiar, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers).
O presidente do Cremers observa que é fundamental antecipar a campanha de vacinação, que em 2012 começou apenas em maio, porque a partir do outono o sul do Brasil já ingressa em flutuações climáticas que multiplicam as situações de gripe, de bronquite e de tosse.
— Sabemos que, do Rio de Janeiro para o norte, incluindo Brasília, as pessoas não sabem o que é outono ou primavera. Aqui o clima é diferente, não é tropical. A política tem de ser diferente também. As mortes indicam isso — defende Aguiar.
Principais sintomas da gripe A:
- Tosse e espirros
- Fortes dores no corpo, na cabeça e na garganta
- Febre alta,acima de 38°C
- Pode haver náuseas, vômitos e diarreia
- Falta de ar
Para prevenir a contaminação, é aconselhado:
- Higienizar as mãos com frequência, principalmente após tossir ou espirrar
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
- Não partilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal
- Evitar aperto de mãos, abraços e beijo social
- Reduzir contatos sociais desnecessários e evitar, dentro do possível, ambientes com aglomeração
- Ventilar os ambientes
Fonte Zero Hora
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