Rui Nogueira, Vice-presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, sobre as negociações com o Governo
Correio da Manhã – Uma proposta do Ministério da Saúde aos sindicatos visa o aumento das listas de utentes dos médicos de família, passando dos 1550 para 1900. Os clínicos têm capacidade para atender mais doentes?
Rui Nogueira – Julgo que não será possível e que é preciso avaliar as listas de utentes.
– Porquê?
– Porque o aumento das listas de utentes tem de ter em conta vários critérios, não passa só pelas contabilização de utentes.
– Que critérios?
– É preciso ponderar a localização da unidade de saúde. É diferente se uma unidade de saúde está num grande centro urbano onde existem mais recursos ou se o centro de saúde está numa zona isolada. Além disso, também é preciso ter em conta a população e o perfil dos utentes que o médico tem: se são mais idosos e crianças, que exigem mais cuidados, ou se o profissional tem mais adultos saudáveis nas suas listas.
– O Ministério da Saúde teve em conta essas ponderações quando apresentou o aumento das listas de utentes?
– Não me parece. Mas vamos apresentar ao Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos e à tutela um documento com os pareceres da associação.
Fonte Correio da Manhã
Nenhum comentário:
Postar um comentário