Dois estudiosos de TI em saúde argumentam que provedores já possuem uma profusão de “pequenos” dados para melhorar trabalho com pacientes; basta usá-los corretamente
Big data tem se tornado uma tendência altamente atrativa para provedores de saúde que buscam se preparar para uma atuação mais responsável. Mas os consultores David C. Kibbe e Vince Kuraits, em recente post no The HealthCare Blog, argumentam que, em vez se seduzirem pelas soluções analíticas para big data, os provedores deveriam focar em fazer um melhor uso dos “pequenos” dados. Em outras palavras, eles aconselham os provedores a se concentrarem em dados clínicos já disponíveis em formatos digitais e usar apenas ferramentas de TI em saúde já aplicadas diretamente à gestão dos cuidados clínicos.
As implantações de big data estão baseadas em sofisticadas soluções analíticas e na análise de um amontoado de dados vindos de diversas fontes para descobrir padrões que poderiam ser úteis na solução de diversos problemas. Em saúde, por exemplo, pesquisadores aplicam essa abordagem para estudos genéticos e de fatores ambientais em esclerose múltipla e, assim, encontrarem um tratamento personalizado; também usam para lidar com grandes bancos de dados da área genética e chegarem a melhores caminhos para o tratamento do câncer; ou, ainda, para combinar informações geográficas com os bancos de dados clínicos e, assim, correlacionar problemas de saúde com os locais onde as pessoas vivem.
Algumas dessas pesquisas podem trazer boas economias, mas as organizações de TI não esperam por isso. Como Kibbe e Kuraits pontuam, as empresas de tecnologias abordam soluções analíticas ligadas ao big data como algo essencial para os sistemas de saúde e grupos médicos que buscam se tornarem o que, em inglês, tem se chamado de Accountable Care Organization (ACO), ou uma instituição com modelo de entrega e pagamento que busca relacionar reembolsos com métricas de qualidade e redução no custo total de assistência. Como essas ACOs e provedores de saúde de forma geram tentam buscar lucratividade por meio de compartilhamento de economia e contratos de riscos, os proponentes acreditam que o big data pode ajudá-los na ampliação da qualidade e na economia de recursos.
No ultimo semestre, a Ewing Marion Kauffman Foundation, com sede na cidade do Kansas, apresentou um relatório clamando pelo uso do big data em pesquisa médica e cuidado com paciente. John Wilbanks, um dos autores do documento, afirmou que os dados em saúde armazenados pelos médicos, hospitais, farmacêuticas e seguradores deveriam ser disponibilizados para esse tipo de iniciativa.
Combinar informações para avaliar a resposta a um determinado medicamento com dados genômicos, avaliou o especialista, poderia ajudar as pessoas a receberem o tratamento correto. “Isso poderia reduzir, substancialmente, a necessidade da medicina baseada em testes e erros e que traz todo um desconforto, custo elevado e alguns erros trágicos.”
Alguns provedores já utilizam a abordagem de big data no cuidado com paciente. De acordo com a revista BusinessWeek, “muitos provedores estão buscando companhias como Microsoft, SAS, Dell, IBM e Oracle para sua área de mineração de dados”. E soluções analíticas em saúde é um mercado crescente. A Frost & Sullivan projeta que metade dos hospitais usarão software de análise avançada até 2016, comparado com 10% atualmente.
Kibbe e Kuraitis afirma que é prematuro e desnecessário usar big data em cuidado com paciente. Apesar disso, eles acreditam que os provedores deveriam aplicar intervenções mais orientadas aos dados, usando até tecnologias mais simples, para melhorar a gestão do paciente.
Eles sugerem o estabelecimento de registro eletrônico para identificar e gerenciar riscos e custos de paciente. Os dados eletrônicos de saúde, notam os especialista, podem gerar sumários clínicos conhecidos como documentos para continuidade dos cuidados, para os quais os provedores poderiam exportar dados. Eles também têm esperança de que a capacidade de mensageria embarcada nos sistemas de dados eletrônicos tornará mais fácil a troca de dados clínicos durante uma transição de cuidados.
A mineração simples de dados tem sido usada com sucesso para:
- Identificação de pacientes com múltiplos diagnósticos e que precisam de cuidado mais próximo;
- Relatórios específicos para pessoas com diabetes, assim como para pessoas com pressão alta ou colesterol elevado;
- Encontrar pacientes com visitas específicas à seção de emergência;
- Reconhecer lacunas nos cuidados preventivos para pacientes diabético durante as visitas e assegurar um cuidado mais bem gerenciado.
Fonte: Ken Terry | InformationWeek EUA; replicada pela InformationWeek Brasil
Por SaudeWeb
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