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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Técnica agiliza resultado de biópsias

Endomicroscópio
Chamado de endomicroscopia, exame possibilita a visualização da célula e interpretação das lesões no momento do teste

O aposentado José Denaldo Andrade Santos, de 74 anos, recebeu recentemente o diagnóstico de câncer no ducto pancreático. A doença já havia aparecido em 2009, quando Santos realizou uma cirurgia para extrair parte do órgão e passou a receber acompanhamento médico. Mas, agora, ele foi poupado de uma biópsia invasiva, em que um fragmento de seu pâncreas seria coletado, e também da espera pelo resultado do exame.

Pela primeira vez na América Latina, médicos do Instituto Nacional de Câncer (Inca) utilizaram a técnica da endomicroscopia, por meio da qual é possível visualizar a célula por endoscopia e interpretar as lesões no momento em que o exame é realizado, agilizando o diagnóstico. “

Essa técnica é muito importante, particularmente em oncologia, porque precisamos identificar de forma rápida se um paciente tem ou não um tumor, para iniciarmos imediatamente o tratamento. Não será mais preciso esperar uma, até duas semanas, para o resultado da biópsia, afirma o médico Marc Giovanninni, que liderou o procedimento realizado no Inca.

Na biópsia tradicional, o fragmento de tecido é coletado e encaminhado a um laboratório para análise, algo que demanda tempo. Dependendo da agressividade de certos tipos de câncer, alguns dias podem ser decisivos na vida do paciente.

A nova técnica é possível graças à minissonda batizada de Cellvizio, produzida com fibra ótica, com iluminação de laser especial que substitui a luz xenon, e com uma lente que aumenta a imagem em até 1.000 vezes. Medindo 0,9 milímetro de diâmetro, a minissonda é considerada o menor microscópio do mundo.

Embora seja usada principalmente para exames do tecido gastrointestinal e respiratório, a minissonda pode ser empregada em diferentes especialidades, como as relacionadas ao aparelho urinário e ao acesso neurológico, além de ser uma grande aliada em procedimentos cirúrgicos — já que, nos casos de ressecção (retirada de apenas uma parte do órgão com tumor), o método ajuda a identificar a delimitação da lesão e, assim, garantir se toda a área afetada foi efetivamente extraída. “

A médica Simone Guaraldi, responsável pelo setor de endoscopia do Inca, avalia a técnica.

— Com isso, poderemos ver se o tratamento está sendo mais eficiente e se não há resíduo da doença.

O equipamento, fabricado na França, vem sendo usado largamente nos Estados Unidos. Desde que a técnica foi adotada, há cerca de sete anos, já foram mais de 11 mil procedimentos realizados. Os estudos mostram que essa técnica é equivalente e, algumas vezes, até superior à biópsia tradicional, segundo Giovanninni, especialista em ultrassom endoscópico no centro oncológico francês Institut Paoli-Calmettes.

De acordo com a Labor-Med, representante da minissonda no Brasil, de todos os casos em que a endomicroscopia constatou a existência de câncer, quase metade dos pacientes já havia passado anteriormente pelo exame tradicional e o tumor não havia sido detectado.

O equipamento será cedido para demonstrações em outros hospitais brasileiros. O objetivo é trazer cem unidades ao Brasil, para equipar hospitais universitários e também centros de pesquisas de todo o País.

As informações são do Jornal da Tarde.

Fonte R7

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