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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cientistas japoneses criam radioterapia que distingue células malignas

Técnica destrói apenas as células malignas nos casos de tumor cerebral sem lesionar o tecido saudável

Uma equipe de pesquisadores japoneses desenvolveu uma tecnologia de radioterapia com nêutrons que destrói apenas as células malignas nos casos de tumor cerebral sem lesionar o tecido saudável, informou nesta terça-feira (4) o jornal "Nikkei".

A equipe, formada por cientistas do Colégio Médico de Osaka, da Universidade de Kioto, da farmacêutica Stella Pharma e do conglomerado Suimoto Heavy Industries, baseou esta técnica experimental na chamada captura neutrônica de boro (BCNT).

A técnica consiste em utilizar um acelerador de partículas, que ocupa três metros de largura e cujo preço oscila entre R$ 51 milhões e R$ 76 milhões (2 bilhões e 3 bilhões de ienes), em lugar de um reator para criar os nêutrons destinados ao tratamento.

Os pesquisadores apresentaram uma solicitação para realizar testes clínicos utilizando a tecnologia em pacientes que tenham sofrido uma recaída em casos de glioblastoma, o tumor cerebral mais agressivo, com índices de sobrevivência muito baixos.

A equipe espera obter no início de outubro o sinal verde para poder iniciar os testes com seu novo tratamento, detalhou o "Nikkei". Os pacientes receberão uma injeção com um composto químico com boro, elemento que se concentra preferencialmente nas células tumorais.

A irradiação de nêutrons faz com que o boro emita uma forte radiação, ao entrar em reação, que destrói unicamente as células cancerígenas. Em uma hora do novo tratamento, os pacientes recebem uma dose de radiação duas ou três vezes mais intensa do que normalmente recebem em um tratamento de seis semanas.

Mais de 120 universitários realizaram estudos com o reator nuclear experimental da Universidade de Kioto, com resultados nos quais, em alguns casos, o tumor cerebral se reduziu em até 70%.

Segundo o Ministério japonês de Saúde, em 2010, 353 mil pessoas morreram de câncer no Japão, o que representa uma de cada três mortes no arquipélago.

Fonte R7


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