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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cientistas alemãs criam nova anestesia controlada pela luz

Pesquisa sugere que agente anestésico fotossensível também pode ser usado para o tratamento de algumas doenças oculares

Cientistas alemãs inseriram moléculas fotossensíveis ao propofol, um anestésico largamente usado em cirurgias e outras sedações e criaram uma anestesia cujo efeito pode ser controlado por meio da luz.

A pesquisa mostra que a nova anestesia fotossensível também pode ser usada para tratamento de algumas doenças oculares.

A maioria dos anestésicos opera amortecendo a atividade dos neurônios. São os chamados neurotransmissores inibitórios.

O propofol, por exemplo, interage com receptores nas membranas das células neurais que normalmente se ligam ao neurotransmissor inibitório GABA (gamma-amino butyric acid).

A ligação com o GABA abre canais de proteínas através dos quais íons negativos de cloretos fluem para a célula.

O aumento do potencial de repouso elétrico através da membrana torna o neurônio menos propenso ao disparo em resposta a um estímulo de entrada. O propofol amplia esse efeito, e isso o torna um anestésico.

Agora, Dirk Trauner e seus colegas da Universidade de Munique, na Alemanha, criaram uma versão modificada do propofol que permite que o neurotransmissor GABA seja controlado pela luz.

"Juntando um interruptor molecular ao propofol, obtivemos uma molécula sensível à luz que é um anestésico mais potente do que o propofol sozinho no escuro", explica Trauner.

Neste caso, a luz funciona desativando o efeito anestésico do composto quando ele não é mais necessário.

Em experimentos com animais, que receberam uma anestesia geral com o propofol fotossensível, todos voltaram rapidamente à atividade quando foram iluminados com luz ultravioleta.

Quando a luz foi desligada, os animais ficaram novamente imobilizados, sob efeito da anestesia.

O novo anestésico controlado pela luz também poderá ser utilizado para tratar algumas formas de cegueira, como a retinite pigmentosa, que leva à perda de visão devido à destruição progressiva das células fotorreceptoras dos olhos.

"As células interiores do olho também têm receptores de GABA nas suas superfícies e, em princípio, elas podem ser transformadas em células que respondem à luz com a ajuda do novo composto, o que nos permitiria contornar os fotorreceptores defeituosos", conclui Trauner.

Os pesquisadores agora planejam estudos adicionais para demonstrar a eficácia do novo composto no tratamento ocular.
 
 
Fonte isaude.net

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