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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Proteína que controla o apetite pode ajudar a reduzir o desejo pelo álcool

Trabalho aponta para novas possibilidades no desenvolvimento de medicamentos para tratar o alcoolismo e outros vícios

Pesquisadores do Scripps Research Institute, nos EUA, encontraram novas ligações entre uma proteína que controla o apetite e as células do cérebro envolvidas no desenvolvimento do alcoolismo.

A pesquisa aponta para novas possibilidades no desenvolvimento de medicamentos para tratar o alcoolismo e outros vícios.

O trabalho, publicado na revista Neuropsychopharmacology, centra-se na ação do peptídeo grelina, que é conhecido por estimular o apetite, sobre o núcleo central da amígdala.

A região do cérebro conhecida como o núcleo central da amígdala é essencial na transição para a dependência do álcool, isto é, uma mudança biológica entre experimentar uma sensação agradável sobre o consumo de álcool e a necessidade de consumir álcool frequentemente.

Em animais dependentes do álcool, o núcleo central da amígdala aumentou o consumo exagerado.

"Dada a importância do núcleo central da amígdala na dependência do álcool, queríamos testar os efeitos da grelina nesta região", afirma a pesquisadora Maureen Cruz.

A grelina é conhecida por estimular a alimentação através de sua ação em um receptor conhecido como GHSR1A na região hipotálamo do cérebro. No entanto, os cientistas tinham mostrado recentemente que defeitos genéticos tanto na grelina quanto no receptor GHSR1A foram associados a casos graves de alcoolismo em modelos animais.

Além disso, os pacientes alcoólatras têm níveis mais elevados do peptídeo grelina circulante no sangue em comparação com pacientes não alcoólatras. E, quanto maior os níveis de grelina, maior o desejo dos pacientes por álcool.

Agora, os investigadores demonstraram, pela primeira vez, que GHSR1A está presente em neurônios do núcleo central da amígdala no cérebro de ratos.

Usando técnicas de gravação intracelulares, a equipe mediu como a força das sinapses GABAérgicas (a área entre neurônios que transmite o neurotransmissor inibitório GABA) mudou quando a grelina foi aplicada. Eles descobriram que a grelina causou um aumento da transmissão GABAérgica nos neurônios na região central da amígdala.

Com mais testes, os cientistas determinaram que isso ocorreu devido à liberação excessiva do neurotransmissor GABA.

Em seguida, os pesquisadores bloquearam o receptor GHSR1A com um inibidor químico e notaram uma redução da transmissão de GABA. Isto revelou atividade contínua da grelina nesses neurônios.

No último conjunto de experimentos, os pesquisadores examinaram os neurônios de ratos viciados em álcool e grupos controle quando grelina e etanol foram adicionados.

Primeiro, os cientistas adicionaram grelina seguida por etanol. Isto resultou em um aumento ainda maior nas respostas GABAérgicas nestes neurônios. No entanto, quando os cientistas inverteram a ordem, adicionando etanol primeiro e depois grelina, o peptídeo não aumentou ainda mais a transmissão GABAérgica.

Segundo os pesquisadores, isto sugere que a grelina pode potenciar os efeitos do álcool no núcleo central da amígdala. "Nossos resultados apontam para ambos os mecanismos compartilhados e diferentes envolvidos nos efeitos da grelina e do etanol no núcleo central da amígdala. Talvez, se pudéssemos encontrar uma maneira de bloquear a atividade da grelina nesta região da amígdala, poderíamos diminuir ou até mesmo desligar o desejo sentido pelos dependentes de álcool", conclui a pesquisadora Marisa Roberto.

Fonte isaude.net

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