Ann Johnson virou referência na luta contra doença degenerativa que afeta 1 milhão no Brasil
Diagnosticada aos 52 anos com mal de Alzheimer , a britânica Ann Johnson virou referência na luta contra doença degenerativa que ataca a memória e atinge mais de 25 milhões de pessoas em todo o mundo.
No caminho, conheceu celebridades e chegou a se encontrar com o primeiro ministro britânico. Ela já viajou pela Grã-Bretanha, dando palestras a profissionais de saúde e pacientes e participando de conferências internacionais, e também colaborou com a criação da campanha de conscientização sobre o assunto lançada pelo departamento de saúde britânico.
Como reconhecimento, Ann chegou a receber o título de doutora Honoris Causa da Universidade de Bolton. No Brasil, cerca de um milhão sofrem do mal, que aumenta a incidência conforme avança a idade.
Estudos apontam que, enquanto 1% dos idosos entre 65 e 70 anos tem demência (como também é conhecida a doença), após os 90 anos, a incidência sobe para mais de 60%.
Há seis anos Ann se mudou para um centro de tratamento em Manchester, logo após ser diagnosticada com o mal. Nada fora do comum, se não fosse pela idade dela, 52 anos, considerada precoce para a doença.
Sintomas
Como ex-enfermeira e professora da Universidade de Manchester, Ann, agora com 58 anos, conhece bem os males da doença. Ela, inclusive, acompanhou de perto o sofrimento do pai diante da demência durante anos. Por isso, ela teve facilidade em reconhecer os primeiros sintomas.
"Eu estava esquecendo de palavras, minha memória recente estava mal e eu me perdia quando saía de casa. Comecei a ter problemas no trabalho".
Ela se aposentou logo após ser diagnosticada com a doença. Simples tarefas cotidianas como contar dinheiro, ter a noção do tempo e fazer compras se tornaram um desafio.
"O problema é que você não pode ver os meu problemas. Não é como uma perna quebrada. Você não noção, então é difícil para as pessoas entenderem", conta ela, que sempre anda acompanhada de um amigo.
Tratamento
O mal de Alzheimer não tem cura, mas o tratamento é capaz de retardar o avanço da doença e amenizar os sintomas, que incluem perda da memória, problemas visuais, desorientação e mudanças na personalidade.
A professora de neurologia no Centro de estudo de demência na University College London, Nick Fox, diz que estudar os casos de demência precoce, como o de Ann, são muito importantes para entender as causas e apontar futuros tratamentos da doença.
Nick conta que sintomas nessa idade podem ser muito piores e as consequências devastadoras. "Eles podem enfrentar muitas dificuldades se a doença não for diagnosticada. As pessoas podem ter problemas financeiros em um momento que estão próximos da aposentadoria", diz.
O que os especialistas sabem sobre o mal, que afeta a parte posterior do cérebro, é que proteínas começam a se acumular nesta região da cabeça, fazendo com que os nervos funcionem menos, até morrerem.
Ann toma remédios que impedem que a doença avance, mas ela sabe que eles não podem fazer com que o mal de Alzheimer regrida. "Eu não penso sobre o futuro, é assustador. Eu vi o meu pai perder todas as habilidades, então eu vivo dia a dia. Eu escrevo uma lista e faço as tarefas", conta.
Fonte iG
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