Rio de Janeiro - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou
esta semana o registro para que o Instituto de Tecnologia em Fármacos
(Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), possa começar a produzir o
medicamento Pramipexol, utilizado para o tratamento do mal de Parkinson.
A iniciativa faz parte da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo federal, que tem como objetivo fortalecer a indústria farmoquímica brasileira. Em novembro do ano passado, o laboratório alemão Boehringer Ingelheim, detentor da patente do medicamento, e a Farmanguinhos assinaram acordo que iniciou a transferência de tecnologia para desenvolvimento e fabricação do produto.
Segundo o vice-diretor de Gestão Institucional da Farmanguinhos, Jorge
Mendonça, o acordo prevê um prazo máximo de cinco anos para a transmissão
completa de tecnologia dentro da indústria nacional. Nos três primeiros anos, o
remédio será comprado da indústria alemã, mas terá a marca da Farmanguinhos. Nos
dois últimos anos do contrato, 50% da produção será adquirida e outros 50% serão
produzidos na unidade.
“Nós pretendemos beneficiar a população em duas linhas: indiretamente,
aumentando a capacidade tecnológica do país e absorvendo novas tecnologias de
produção de medicamentos. A outra, é uma forma mais direta, garantindo o acesso
da população a um produto de ponta, trazendo maior conforto, aderência e
principalmente melhor qualidade de vida para as pessoas que sofrem de mal de
Parkinson”, explicou Mendonça.
O vice-diretor disse que população começará a ser beneficiada com a
iniciativa a partir de dezembro deste ano ou de janeiro do ano que vem. Segundo
ele, além da nacionalização do medicamento, a iniciativa influencia na redução
de despesas com a compra do medicamento. A partir de agora, a expectativa é que
haja uma redução de no mínimo 20%, e, no final do processo, a redução seja em
torno de 30%.
De acordo com a Fiocruz, atualmente os medicamentos para o tratamento da
doença são subsidiados pelo Ministério da Saúde por meio de repasse financeiro.
No ano passado, foram investidos aproximadamente R$ 37 milhões aos estados para
atender à demanda por Pramipexol.
O mal de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central e um
dos problemas neurológicos mais comuns da atualidade. De acordo com a Fiocruz,
estima-se que existam 100 a 200 casos para cada 100 mil habitantes. Dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 1% da população acima dos 65 anos
de idade sofre com a doença, que geralmente surge a partir dos 50 anos de idade.
No Brasil, a estimativa é que ao menos 200 mil pessoas possuam Parkinson.
Fonte Agência Brasil
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