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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Médicos lançam cartilha de imunização para mulheres

Consenso orienta doses que devem ser aplicadas conforme a condição clínica da paciente
 
A mulher evoluiu, conquistou o mercado de trabalho, assumiu papeis de liderança e, ainda assim, continua a ser a principal mobilizadora dos cuidados e mudanças no núcleo familiar. Sabe-se que ela não é só geradora de outras vidas, como também agente de educação e transformação social.
 
Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lançaram a segunda edição do Consenso de Vacinação da Mulher, o primeiro do Brasil voltado para uma especialidade médica. A cartilha chegou às mãos dos ginecologistas e obstetras de Porto Alegre no sábado, durante o curso SBIm-Febrasgo — Imunização da Mulher.
 
O encontro tem como principal objetivo conscientizar ginecologistas e obstetras sobre o papel importante que desempenham no processo de vacinação, uma vez que são os especialistas que mantêm maior contato — regular e contínuo — com a mulher.
 
— Ao promover o curso, a Febrasgo cumpre o seu papel social de estimular os especialistas da área na adoção de práticas que contribuam para aumentar a qualidade da assistência às suas pacientes — enfatiza a diretora administrativa da Febrasgo e coordenadora do curso, Vera Fonseca.
 
Presidente da SBIm-RJ, Isabella Ballalai acrescenta que a mulher é maioria em postos de trabalho como as instituições de educação infantil, onde lida cotidianamente com crianças — estas, um dos principais agentes de transmissão de doenças infecciosas e parte da população que mais sofre com elas.
 
— Portanto, a mulher que tem sua vacinação em dia, além de proteger sua saúde, aumenta a proteção daqueles de quem cuida ao deixar de transmitir doenças infectocontagiosas preveníveis por vacinas — completa.
 
Consenso separa doses por caso específico
O Consenso de Vacinação da Mulher orienta sobre as vacinas que devem ser aplicadas a partir da análise criteriosa da condição clínica, riscos e situações a que a paciente esteja sujeita.
 
— Mulheres jovens que vão iniciar a atividade sexual, por exemplo, não podem abrir mão da proteção contra o HPV e a hepatite B, ambas doenças sexualmente transmissíveis — orienta Vera.
 
A médica ainda explica que a rubéola congênita pode provocar aborto ou sequelas no feto, como perda de visão ou da audição. Já o bebê infectado por hepatite B durante o nascimento tem 90% de chance de desenvolver a forma crônica da doença. Varicela (catapora), tétano e influenza estão entre as infecções que podem levar a desfechos indesejáveis.
 
Representante do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues reconhece a importância de iniciativas como a da Febrasgo, que é feita em parceria com a SBIm.
 
— O Ministério da Saúde apoia e aplaude esse trabalho. É importante que as pessoas tenham conhecimento de todas as vacinas aprovadas para uso no Brasil, mesmo as que não estão disponíveis no SUS. Assim, se ela tiver condições, pode complementar a caderneta — comenta.
 
No Consenso estão todas as vacinas indicadas pela SBIm, pelo PNI, além da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, do Centre for Disease Control and Prevention (CDC) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). A publicação contempla, ainda, os comentários que fundamentam cada indicação e o período ideal para aplicação das doses.
 
Fonte Zero Hora

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