Consenso orienta doses que devem ser aplicadas conforme a condição clínica da
paciente
A mulher evoluiu, conquistou o mercado de trabalho, assumiu papeis de
liderança e, ainda assim, continua a ser a principal mobilizadora dos cuidados e
mudanças no núcleo familiar. Sabe-se que ela não é só geradora de outras vidas,
como também agente de educação e transformação social.
Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lançaram a
segunda edição do Consenso de Vacinação da Mulher, o primeiro do Brasil voltado
para uma especialidade médica. A cartilha chegou às mãos dos ginecologistas e
obstetras de Porto Alegre no sábado, durante o curso SBIm-Febrasgo — Imunização
da Mulher.
O encontro tem como principal objetivo conscientizar ginecologistas e
obstetras sobre o papel importante que desempenham no processo de vacinação, uma
vez que são os especialistas que mantêm maior contato — regular e contínuo — com
a mulher.
— Ao promover o curso, a Febrasgo cumpre o seu papel social de estimular os
especialistas da área na adoção de práticas que contribuam para aumentar a
qualidade da assistência às suas pacientes — enfatiza a diretora administrativa
da Febrasgo e coordenadora do curso, Vera Fonseca.
Presidente da SBIm-RJ, Isabella Ballalai acrescenta que a mulher é maioria em
postos de trabalho como as instituições de educação infantil, onde lida
cotidianamente com crianças — estas, um dos principais agentes de transmissão de
doenças infecciosas e parte da população que mais sofre com elas.
— Portanto, a mulher que tem sua vacinação em dia, além de proteger sua
saúde, aumenta a proteção daqueles de quem cuida ao deixar de transmitir doenças
infectocontagiosas preveníveis por vacinas — completa.
Consenso separa doses por caso específico
O Consenso de Vacinação da Mulher orienta sobre as vacinas que devem ser
aplicadas a partir da análise criteriosa da condição clínica, riscos e situações
a que a paciente esteja sujeita.
— Mulheres jovens que vão iniciar a atividade sexual, por exemplo, não podem
abrir mão da proteção contra o HPV e a hepatite B, ambas doenças sexualmente
transmissíveis — orienta Vera.
A médica ainda explica que a rubéola congênita pode provocar aborto ou
sequelas no feto, como perda de visão ou da audição. Já o bebê infectado por
hepatite B durante o nascimento tem 90% de chance de desenvolver a forma crônica
da doença. Varicela (catapora), tétano e influenza estão entre as infecções que
podem levar a desfechos indesejáveis.
Representante do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues
reconhece a importância de iniciativas como a da Febrasgo, que é feita em
parceria com a SBIm.
— O Ministério da Saúde apoia e aplaude esse trabalho. É importante que as
pessoas tenham conhecimento de todas as vacinas aprovadas para uso no Brasil,
mesmo as que não estão disponíveis no SUS. Assim, se ela tiver condições, pode
complementar a caderneta — comenta.
No Consenso estão todas as vacinas indicadas pela SBIm, pelo PNI, além da
Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, do Centre for Disease Control and
Prevention (CDC) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). A publicação
contempla, ainda, os comentários que fundamentam cada indicação e o período
ideal para aplicação das doses.
Fonte Zero Hora
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