Lisa Craig, pesquisadora responsável pelo estudo |
Equipe internacional de pesquisadores conseguiu explicar como o Vibrio cholerae se tornou um agente patogênico letal causador da cólera. A descoberta é capaz de ajudar a revolucionar o tratamento com antibióticos da bactéria mortal.
O V. cholerae causa a cólera, que é endêmica em muitos países em desenvolvimento e pode surgir em regiões devastadas por guerras e desastres naturais. Um surto após o terremoto de 2010 no Haiti matou pelo menos 7.500 pessoas.
A equipe descobriu que dois genes no genoma do V. cholerae o tornam tóxico e mortal. A bactéria adquiriu esses genes quando um vírus bacteriano chamado CTX-phi o infectou.
Os pesquisadores e seus colegas propuseram a ideia de que um mecanismo dentro de V. cholerae permite que o vírus CTX-phi o infecte.
CTX-phi se agarra a um filamento ' pilus' longo que flutua na superfície de V. cholerae. O filamento em seguida se retrai, puxando o gene da toxina CTX-phi para dentro da bactéria onde ele se liga a TolA, uma proteína da parede bacteriana.
O processo transforma V. cholerae em um agente patogênico humano mortal.
Segundo os autores, os filamentos ' pilus' podem ser explorados como um mecanismo de transporte para entregar antibióticos diretamente na bactéria.
"Nós poderíamos explorar o mecanismo de retração do pilus para introduzir antibióticos diretamente nas células, ignorando sua barreira de membrana externa", explica a líder da pesquisa Lisa Craig, da Simon Fraser University.
Atualmente existem antibióticos para V. cholerae, mas esses também matam bactérias benéficas no intestino. A ideia dos pesquisadores é usar o ' pilus' como um ' cavalo de Tróia' para entregar medicamentos especificamente e eficazmente ao patógeno bacteriano.
De acordo com, a descoberta de sua equipe é ainda mais emocionante devido à simplicidade de seu funcionamento.
Craig acredita que o mecanismo de ' pilus' também pode ser usado para entregar antibióticos para tratar a Pseudomonas aeruginosa, uma infecção respiratória mortal bacteriana que atinge principalmente pessoas com fibrose cística e poderia salvar muitas vidas.
Fonte isaude.net
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