Dificuldades para conseguir engravidar têm levado cada vez mais casais aos consultórios especializados em fertilidade - e os tratamentos envolvem um investimento considerável.
A boa notícia é que mudanças simples no cardápio podem aumentar as chances de uma gravidez. É o que mostra o livro "Fertilidade e Alimentação" (Ed. LaVidapress), do médico Arnaldo Cambiaghi e da nutricionista Débora Rosa, lançado em São Paulo.
“Para quem deseja engravidar e até já está fazendo tratamento de fertilidade, uma alimentação adequada vai maximizar os resultados”, diz Cambiaghi, especialista em medicina reprodutiva do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO).
Para tanto, é preciso conhecer um pouco sobre os alimentos que podem ajudar e os que atrapalham a fertilidade.
“Para quem deseja engravidar e até já está fazendo tratamento de fertilidade, uma alimentação adequada vai maximizar os resultados”, diz Cambiaghi, especialista em medicina reprodutiva do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO).
Para tanto, é preciso conhecer um pouco sobre os alimentos que podem ajudar e os que atrapalham a fertilidade.
Veja abaixo álbum com alguns exemplos de itens que colaboram:
Alimentos integrais: cereais, pães e massas integrais são fontes de carboidratos de boa qualidade - ricos em fibras e pobres em açúcares de rápida absorção - e, portanto, recomendados para uma dieta equilibrada e saudável. Têm o potencial de ajudar tanto mulheres com endometriose (por causa das fibras), como as com síndrome do ovário policístico (pelo controle da glicemia)
Alho e cebola: são dois importantes alimentos antiestrogênicos, que ajudam mulheres com endometriose. Eles possuem quercetina em sua composição, um antioxidante que inibe a ação de enzimas envolvidas na produção excessiva de estrógeno, segundo o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa
Azeite extravirgem: é rico em vitamina E, um tipo de antioxidante presente nas membranas dos espermatozoides. Em casos de fertilização in vitro, a vitamina E melhora a habilidade do espermatozoide de fertilizar o óvulo. Também são ricos no nutriente: sementes de abóbora, cereais integrais, abacate, salmão e vegetais verde-escuro. Para as mulheres, óleos vegetais ajudam na regulação hormonal, ovulação e implantação
Beterraba crua: entre muitos outros nutrientes, é rica em folato, substância importante para evitar anemia e abortamentos em mulheres grávidas. A deficiência nesse nutriente no início da gravidez também está associada a maior risco de falhas na formação da coluna vertebral e do sistema nervoso do bebê. Outras fontes de folato são: aspargos, feijões, gema de ovos, gérmen de trigo, vegetais verde-escuros
Fibras: em mulheres com endometriose, recomenda-se o aumento no consumo de fibras, como forma de garantir um bom trânsito intestinal. Pacientes que não evacuam regularmente têm retenção de material fecal e, por consequência, aumento de toxinas. Para as que tem síndrome do ovário policístico, as fibras ajudam a estabilizar os níveis de glicose. Aveia, frutas, leguminosas, grãos integrais, milho e vegetais folhosos são boas fontes de fibra
Frutas e folhas: a ingestão de grandes quantidades de vegetais folhosos e frutas frescas apresenta papel protetor contra a endometriose, pois esses alimentos atuam diretamente no crescimento desordenado do tecido endometrial e na produção de estrógeno
Oleaginosas: uma alimentação rica em ácidos graxos (gorduras poli-insaturadas encontradas em peixes, óleos vegetais, nozes, amêndoas etc) tem o potencial de diminuir a dor em mulheres com endometriose, ao reduzir níveis do mediador inflamatório chamado postaglandina, ensina o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa
Orgânicos: o ideal é que todos os alimentos consumidos fossem frescos e orgânicos, ou seja, produzidos sem agrotóxicos ou qualquer produto que possa prejudicar a saúde do homem ou a natureza. Muitos conservantes, corantes e agrotóxicos são xenoestrógenos, os chamados "hormônios ambientais". Essas substâncias podem afetar negativamente o sistema hormonal e a fertilidade de homens e mulheres, diz o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa
Ovos: são boas fontes de vitamina B12. Pesquisas indicam que a ingestão dessa vitamina pode ser benéfica para homens com quantidade de espermatozoides menor que 20 milhões/ml, ou com taxa de mobilidade menor que 50%. Nas mulheres, as vitaminas do complexo B também são importantes para minimizar riscos de abortamento. A B12 também está presente em laticínios, carnes e feijões
Peixes e frutos do mar: ricos em selênio, mineral essencial para formação de espermatozoides com "boa saúde". Baixos níveis de selênio podem levar à produção de espermatozoides com menos mobilidade, por causa de sua cauda enfraquecida ou deformada, segundo o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa. Amêndoas, pistache, carne bovina e de aves também são fonte de selênio
Refeições fracionadas: fazer pequenas refeições, com intervalos de três horas entre cada uma, ajuda a diminuir a fome e, portanto, a quantidade ingerida em cada refeição. Essa medida colabora para o dimuir a ingestão calórica total - o que contrubui para o controle de peso e, sobretudo para mulheres com ovários policísticos, reduz a incidência de picos de açúcar no sangue após as refeições
Vitamina C: em casais com infertilidade sem causa aparente, suplementos de vitamina C aumentaram em 140% a produção de espermatozoides, informa o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa. Mas a vitamina pode ser obtida de forma natural, pelo consumo de abóbora, agrião, beterraba, brócolis, laranja, caju, morango kiwi, mexerica, limão etc
Vitamina D: a exposição solar diária de cinco a dez minutos sem proteção, durante o período de menor intensidade solar, é recomendada para garantir o aporte adequado de vitamina D no organismo. A falta dessa vitamina pode levar, entre outros problemas, ao envelhecimento precoce dos ovários e à síndrome da menopausa prematura, ensina o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa
Uma das principais recomendações dos autores do livro é que homens e mulheres se mantenham dentro do peso ideal. “Não dá para dizer que obesos não vão conseguir engravidar, mas as estatísticas mostraram que homens e mulheres acima do peso têm mais dificuldade”, explica o médico.
Outra sugestão do livro para todo mundo é evitar produtos industrializados, dando preferência sempre a alimentos frescos e orgânicos. Isso porque agrotóxicos e conservantes podem atuar negativamente sobre o sistema hormonal masculino e feminino.
Segundo Cambiaghi, o aumento dos casos de infertilidade visto atualmente se deve a três fatores, mas o principal deles é que os casais vem adiando o momento de se ter filho. “Mas até o envelhecimento ovariano pode ser combatido, com vitamina D, por exemplo”, diz. “Entretanto, vemos cada vez mais casais jovens também com problemas. Aí entra a interferência dos fatores ambientais, entre eles a alimentação”, completa.
Também contribui para a alta procura nas clínicas de fertilização, acredita o médico, o fato de o assunto ter deixado de ser tabu; hoje, quem tem dificuldade em engravidar procura ajuda sem constrangimento.
Os alimentos corretos podem até mesmo ajudar a combater problemas como síndrome do ovário policístico e endometriose. Neste caso, a mudança na dieta tem apresentado altas taxas de sucesso, já que a endometriose é uma doença estrogênio-dependente – e a produção hormonal pode ser controlada com ajustes no padrão alimentar.
Conseguir adequar a dieta para aumentar a fertilidade, no entanto, exige bastante organização. “Se um padrão alimentar está trazendo problemas para o equilíbrio do corpo, é necessário alterar a rotina, a chamada reeducação alimentar. Não se aprende uma nova forma de comer sem disciplina e organização”, afirma a nutricionista Débora Rosa.
No livro, há algumas sugestões de cardápios e tabelas para facilitar os casais em sua nova rotina de refeições. O trabalho vale a pena, garante Rosa: “Cuidar da alimentação é muito mais barato do que comprar remédios mais tarde, além de muito mais prazeroso”.
Outra sugestão do livro para todo mundo é evitar produtos industrializados, dando preferência sempre a alimentos frescos e orgânicos. Isso porque agrotóxicos e conservantes podem atuar negativamente sobre o sistema hormonal masculino e feminino.
Segundo Cambiaghi, o aumento dos casos de infertilidade visto atualmente se deve a três fatores, mas o principal deles é que os casais vem adiando o momento de se ter filho. “Mas até o envelhecimento ovariano pode ser combatido, com vitamina D, por exemplo”, diz. “Entretanto, vemos cada vez mais casais jovens também com problemas. Aí entra a interferência dos fatores ambientais, entre eles a alimentação”, completa.
Também contribui para a alta procura nas clínicas de fertilização, acredita o médico, o fato de o assunto ter deixado de ser tabu; hoje, quem tem dificuldade em engravidar procura ajuda sem constrangimento.
Os alimentos corretos podem até mesmo ajudar a combater problemas como síndrome do ovário policístico e endometriose. Neste caso, a mudança na dieta tem apresentado altas taxas de sucesso, já que a endometriose é uma doença estrogênio-dependente – e a produção hormonal pode ser controlada com ajustes no padrão alimentar.
Conseguir adequar a dieta para aumentar a fertilidade, no entanto, exige bastante organização. “Se um padrão alimentar está trazendo problemas para o equilíbrio do corpo, é necessário alterar a rotina, a chamada reeducação alimentar. Não se aprende uma nova forma de comer sem disciplina e organização”, afirma a nutricionista Débora Rosa.
No livro, há algumas sugestões de cardápios e tabelas para facilitar os casais em sua nova rotina de refeições. O trabalho vale a pena, garante Rosa: “Cuidar da alimentação é muito mais barato do que comprar remédios mais tarde, além de muito mais prazeroso”.
Veja abaixo, alimentos e hábitos que são inimigos da fertilidade:
Açúcar e farinha refinados: esses alimentos possuem compostos que podem "confundir" os receptores celulares de estrógeno, aumentando a produção desse hormônio, que estimula o crescimento de células do endométrio. Em mulheres com endometriose, isso significa agravamento da dor. Para mulheres com síndrome do ovário policístico, pode contribuir para quadros futuros de diabetes, diz o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa
Adoçantes artificiais: devem ser evitados, sobretudo por mulheres que sofrem de endometriose. Segundo o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa, eles possuem efeitos comprovadamente negativos sobre o sistema endócrino e reprodutor, pois são capazes de aumentar a produção de estrógeno pelo organismo
Álcool: o alto consumo de bebidas alcoólicas tem um efeito "pró-inflamatório", que agrava o quadro de mulheres com diagnóstico de endometriose, diz o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa
Carnes e leite: devem ser evitados, especialmente por mulheres com endometriose, a menos que forem orgânicos. A administração de hormônios e antibióticos em animais de corte no Brasil não possui controle efetivo. Em excesso nos animais, essas substâncias passam para o organismo humano e podem aumentar a concentração de estrógeno, o que piora os quadros de endometriose, de acordo com o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora
Cigarro: o tabagismo, seja ele ativo ou passivo, deve ser evitado ao máximo durante a gravidez. Bebês de mães que fumam tendem a nascer prematuramente, têm menor peso ao nascer, podem ter o crescimento físico mais lento e dificuldades cognitivas. Além disso, homens e mulheres fumantes têm três vezes mais chances de sofrerem de infertilidade
Ovos e carnes crus: mulheres que estão ou pretendem ficar grávidas não devem consumir nenhum tipo de carne e ovos crus ou mal cozidos, para evitar a exposição ao parasita da toxoplasmose. Apesar de não ser tão prejudicial para adultos, a doença pode causar defeitos congênitos no bebê, como cegueira e lesões cerebrais
Soja: os estudos atuais são inconclusivos ou contraditórios, mas há teorias de que o consumo em excesso de soja e seus derivados pode atuar de forma negativa no organismo masculino e diminuir a concentração de espermatozoides. Por via das dúvidas, para homens que querem aumentar a fertilidade, o melhor é não consumir soja em excesso, segundo o livro "Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa
Fonte Uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário