A combinação de traumatismos na cabeça e exposição a pesticidas pode estar ligada a um risco maior de desenvolvimento do mal de Parkinson, sugere um novo estudo.
Os achados não provam que ficar inconsciente por causa de uma pancada na cabeça ou ser exposto a certos produtos químicos causam diretamente a doença, que afeta cronicamente o movimento e a coordenação motora.
Mas as descobertas estão alinhadas com estudos anteriores que ligam ferimentos na cabeça e certas toxinas - além de histórico familiar e outros fatores ambientais - à doença.
Para o novo estudo, pesquisadores chefiados por Pei-Chen Lee, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, compararam 357 pessoas com diagnósticos recentes de Parkinson com um grupo representativo de 754 pessoas sem a doença, todos vivendo no centro da Califórnia, uma região agrícola.
Os pesquisadores perguntaram a todos eles se tinham sofrido ferimentos traumáticos na cabeça - pelos quais ficaram inconscientes por mais de cinco minutos - e usaram os endereços de casa e do trabalho para determinar a proximidade de áreas que foram borrifadas com pesticidas desde 1974.
As respostas obtidas mostraram que quase 12% das pessoas com mal de Parkinson tinham ficado inconscientes por pancadas na cabeça e 47% foram expostos a um herbicida chamado "paraquat" perto de casa ou do trabalho.
Em comparação, quase 7% dos participantes do grupo controle tinham histórico de ferimentos na cabeça e 39% estiveram em áreas atingidas pelos pesticidas.
Individualmente, traumas cerebrais e viver ou trabalhar perto de regiões expostas a agrotóxicos estavam ligados a um risco moderadamente maior de desenvolver o mal de Parkinson. Juntos, os resultados mostraram um risco três vezes maior.
Os dados foram apresentados na revista científica "Neurology" e levaram em conta o risco mínimo de cada paciente desenvolver a doença, a partir da idade, gênero, raça, educação, histórico familiar de Parkinson e se eram ou foram fumantes.
Para os pesquisadores, faz sentido que uma lesão na cabeça tenda a aumentar a inflamação no cérebro e tornar mais permeável a barreira que normalmente separa a circulação do sangue e o cérebro. Essas mudanças poderiam tornar os neurônios do cérebro mais vulneráveis aos efeitos de pesticidas, aumentando, em últim instância, o risco de mal de Parkinson.
Fonte Folhaonline
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