Rio de Janeiro – Urologistas das Américas do Sul e Central prepararam ontem
(15), durante o 1º Fórum Sul-Americano de Saúde do Homem, um documento com
sugestões de políticas públicas para o combate a doenças masculinas, que será
entregue à Organização das Nações Unidas (ONU) e aos órgãos de saúde da
região.
O evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), ocorre na
semana em que se lembra o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, segunda
causa mais comum de morte por câncer entre os homens brasileiros. De acordo com
Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença deve atingir, somente neste ano,
cerca de 60 mil homens.
O desconhecimento e o preconceito são o maior obstáculo no tratamento de
doenças masculinas nas Américas do Sul e Central, diz o presidente da SBU,
Aguinaldo Nardi, que defende campanhas frequentes para estimular o homem a
fazer checkups com frequência.
“O homem latino, de maneira geral, acha que é herói, que nada vai acontecer
com ele, e tem um preconceito brutal com o exame de próstata, que é feito por
meio do toque retal, O exame dura menos de dez segundos e não fere a
masculinidade de ninguém”, explica Nardi. Por isso, a mortalidade entre os
homens da região por esse tipo de câncer é muito maior do que na Europa e nos
Estados Unidos, acrescenta o médico. Segundo ele, no evento de hoje, juntos, os
países podem discutir meios de conscientizar os homens da importância da
prevenção.
De acordo com Nardi, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado
proporcionam a cura em 90% dos casos de câncer de próstata. Segundo ele, é
recomendável fazer o exame de toque retal a partir dos 45 anos. Quando há casos
na família, os exames devem ser feitos antes, aos 40 anos. A recomendação do
Ministério da Saúde é fazer o exame na faixa de 50 a 75 anos, devido ao fato de
ser baixo o índice da doença entre homens com menos de 50 anos.
Os urologistas que participam do fórum defendem que os hospitais públicos de
seus países sejam equipados com as novas tecnologias disponíveis no mercado,
como a robótica, e que os sistemas de saúde pública aumentem a oferta de
remédios específicos para doenças relacionadas ao sexo masculino.
Também são comuns entre os homens a hiperplasia da próstata, a disfunção
erétil, a deficiência androgênica do envelhecimento masculino (redução gradual
da testosterona no sangue), a varicocele (varizes nas veias da região do
escroto), a fimose (impossibilidade de retrair a pele do pênis para expor a
glande), o câncer de pele e o de pênis. “No caso do câncer de pênis, cerca de
mil homens têm o pênis amputado no país, por ano, sobretudo nas regiões Norte e
Nordeste. O Paraguai, o Uruguai e o Peru também têm alto nível de incidência
desse tipo de câncer.”
Fonte Agência Brasil
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