O Ministério Público Federal em São Paulo pediu ao Ministério da Saúde informações sobre o risco de desabastecimento do medicamento L-asparaginase, utilizado no tratamento à principal leucemia da infância.
Como publicado em janeiro, o único laboratório que vendia a droga ao Brasil anunciou a decisão de interromper sua produção. Assim, como nenhum outro laboratório tem registro no país, médicos e entidades estão preocupados com o fim dos estoques e a falta do medicamento, que começa a ser sentida nos hospitais.
"A situação é crítica, está prestes a acabar o remédio, que tem 90% de eficácia na cura da leucemia aguda", diz Adriana Scordamaglia, procuradora da República que enviou ofício ao ministério.
Segundo a procuradora, o principal objetivo é conscientizar as autoridades para a necessidade da solução do problema. Ações, como recomendações e até uma ação civil pública, também são medidas possíveis em casos como este.
Procurado, o ministério afirma que está viabilizando a compra do medicamento de outro fornecedor, e que o remédio deve ser distribuído pelo governo a partir de junho. Até lá, diz a pasta, a demanda deve ser absorvida pelos estoques existentes sob controle do laboratório responsável pela distribuição do remédio no país. Paralelamente, o governo analisa propostas para a produção nacional da L-asparaginase.
Desabastecimento Geral
A falta da L-asparaginase é tida por especialistas como apenas a "ponta do iceberg" de um problema mais amplo de desinteresse da indústria pela produção de medicamentos baratos e, consequentemente, de um desabastecimento geral de remédios. Problema que afeta não só o Brasil mas também países como os Estados Unidos.
Nesta quarta-feira, a Anvisa informou que pretende alterar as normas vigentes para ter maior controle e informação sobre a interrupção do fornecimento de drogas no país. Uma proposta deve ser apresentada em até três meses.
Fonte Folhaonline
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