Foto: Cleber Gomes / Agencia RBS O contato com o pó do giz pode desencadear as alergias respiratórias |
As causas de alergia em ambiente escolar são semelhantes às encontradas no ambiente doméstico, como ácaros, fungos, barata (no caso das alergias respiratórias), alimentos e medicamentos. É muito importante para a saúde de crianças e adolescentes alérgicos que os professores e diretores da escola tenham a consciência sobre a doença do aluno e saibam identificar uma reação alérgica.
— Alergia alimentar é um problema sério, e as escolas devem estar preparadas para lidar com ela. Não é mais suficiente que apenas os pais estejam orientados e preparados para prevenção e tratamento de reações alérgicas. Familiares em geral, professores e o próprio paciente precisam estar esclarecidos sobre o problema e devem adotar atitudes e posturas de prevenção — orienta a alergista Ariana Campos Yang, especialista da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI).
De acordo com Ariana, há 15 anos estimava-se que 90% das alergias alimentares eram curadas antes da idade escolar. Hoje, os pacientes vivem uma realidade de alergias mais persistentes: estima-se que cerca de 60% a 70% tenham remissão antes da idade escolar, o que é agravado pelo fato do aumento de 18% na prevalência de alergia alimentar nos últimos 10 anos. Isso indica que muitas crianças são expostas ao contato acidental com o alimento na escola, correndo risco de sofrer uma reação anafiláticas.
Dados da ASBAI apontam que cerca de 30% da população, em geral, sofrem algum tipo de alergia, sendo que 20% são crianças. As alergias alimentares acometem 5%, afetando as crianças em sua maioria.
Alimentos
Existem vários tipos de reações alérgicas alimentares e elas podem se manifestar em até duas horas após a ingestão do alimento. Essas reações podem surgir com o aparecimento de urticárias (placas vermelhas que causam coceiras), angioedema (inchaço dos lábios, dos olhos), agravamento do eczema (quadro de pele mais crônico, causando descamações sérias e lesões graves na pele), no pulmão (chiado no peito, dificuldade respiratória na laringe, aparelho digestório), diarreia, dores abdominais ou cólicas. Em casos mais graves, o paciente pode sofrer um choque anafilático e precisar de um socorro imediato. Os alimentos alérgicos mais comuns são: leite de vaca, ovo, trigo, frutos do mar, amendoim e soja.
O tratamento para esta situação é feito com a retirada do alimento causador da alergia e a escolha de um alimento substituto, nutricionalmente adequado, de acordo com a faixa etária de vida. É importante que o paciente entre em um processo de reeducação alimentar.
Confira como substituir os alimentos que causam alergia:
Leite de vaca: acima dos seis meses até um ano, utilizar o leite de soja. A partir de um ano, o leite pode ser dispensado, desde que se adote uma dieta balanceada, a base de cálcio
Clara de ovo: o ovo é dispensável se a criança tiver uma alimentação balanceada, à base de legumes, verduras e carne
Trigo: pode ser substituído por fubá e aveia
Frutos do mar: pode ser trocado por peixes. Porém, se o paciente tiver uma alimentação balanceada, a base de legumes, verduras e carne, os frutos do mar são dispensáveis
Soja: bebidas especiais com hidrolisados proteicos, com fórmulas que atendam as necessidades nutricionais do paciente, podem ser uma alternativa
Asma e rinite
O contato com o pó do giz, o acúmulo ácaros e mofo na escola podem desencadear as alergias respiratórias, como a asma e a rinite. A rinite é caracterizada por crises de espirros e coriza, nariz entupido e coceira no olhos, nariz, ouvidos e garganta. E a asma aparece com crises de tosse, dificuldade respiratória e chiado no peito.
Para evitar essas doenças, é importante manter o ambiente limpo, arejado e bem ventilado, assim como realizar a limpeza periódica de ar condicionado. As crianças alérgicas devem se sentar distantes da saída do ar condicionado.
Cuidados
— Pais devem informar a escola sobre as alergias que o estudante possa ter. Diante de qualquer ocorrência, o aluno deve imediatamente ser submetido a um atendimento médico.
— Comunicar a escola sobre as alergias a medicamentos.
- Para evitar as alergias respiratórias, mantenha o ambiente limpo (sem poeira), bem arejado, e tirem objetos que acumulem poeira como cortinas de tecido.
— O ar condicionado deve ser limpo regularmente para impedir a propagação de fungos (mofo).
— O ideal é que se utilize quadros brancos com caneta hidrográfica ao uso de lousa com giz.
Fonte: ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia)
Por Zero Hora
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