Celebrado nesta quinta-feira (14), o Dia Mundial do Rim tem por objetivo disseminar informações sobre a importância desse órgão e conscientizar sobre o impacto de doenças renais na saúde da população. Com isso, a iniciativa quer estimular medidas de prevenção. Afinal, quando um problema renal dá sinais de sua existência significa que cerca de 70% da sua função já foi comprometida, explica o nefrologista Daniel Rinaldi, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Se forem constatadas que essas alterações existem por, pelo menos, três meses, então, o paciente recebe o diagnóstico de insuficiência renal crônica.
Apesar do choque ao receber a notícia, é fundamental começar a agir o mais rápido possível para frear a deterioração dos rins.
Apesar do choque ao receber a notícia, é fundamental começar a agir o mais rápido possível para frear a deterioração dos rins.
Diabetes descontrolado e hipertensão e até cálculos renais, por exemplo, contribuem com a perda da função renal, problema que atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, e que pode ser considerado avançado quando a taxa de filtração está abaixo de 15%. Neste caso, hemodiálise, diálise peritoneal ou até transplante podem ser necessários.
A seguir, confira cuidados fundamentais para quem sofre de insuficiência renal crônica:
A hipertensão é considerada hoje a principal causa de insuficiência renal crônica. De acordo com o nefrologista Nestor Scho, professor da Unifesp, o aumento da pressão arterial lesiona os vasos sanguíneos dos rins, podendo causar nefropatia hipertensiva. "Dessa maneira, o órgão fica sobrecarregado e pouco a pouco perde sua capacidade de filtragem", explica. Cuidar da hipertensão é fundamental mesmo quando ela não é a causa da insuficiência renal crônica, medida que se torna mais importante ainda em estágio avançado da doença.
"O diabetes é a segunda principal causa de insuficiência crônica renal", afirma o nefrologista Lucio Roberto Requião Moura, do Hospital Israelita Albert Einstein. Isso porque a doença desencadeia a chamada nefropatia diabética, alteração dos vasos dos rins que leva à perda de uma proteína pela urina. Além disso, o diabetes favorece a aterosclerose, formação de placas de gordura nas artérias que dificulta o trabalho de filtração dos rins. Com o tempo, uma quantidade cada vez maior de substâncias tóxicas fica retida no organismo, o que pode levar à morte. Uma forma de detectar o problema, portanto, é fazendo exames de urina para descobrir se está havendo eliminação de proteínas. Quem já tem o diagnóstico de diabetes, por sua vez, precisa ficar mais atento à saúde renal.
Pessoas com excesso de peso tem um risco maior de desenvolver hipertensão e diabetes, o que já é motivo o suficiente para não deixar o ponteiro da balança subir, aponta o nefrologista Lucio. Soma-se a isso o fato de que a obesidade altera a forma como o sangue chega nos rins pela influência de determinados hormônios, sobrecarregando o órgão. Além disso, estar acima do peso é fator de risco para o colesterol e triglicérides alto.
Quando o assunto é alimentação, analisar a doença de base que desencadeou a insuficiência renal é fundamental. Se for o diabetes, por exemplo, a dieta deve ser aquela indicada para quem sofre dessa doença. Se for a hipertensão, então deve haver redução do consumo de sal. "Entretanto, de forma geral, recomenda-se que o paciente evite a ingestão excessiva de proteínas, principalmente de origem animal, que dão origem a elementos tóxicos no organismo que fariam os rins trabalharem mais", explica o nefrologista Nestor. Em casos específicos de insuficiência ainda, pode haver retenção de potássio no organismo. Pacientes com este problema precisam preparar os alimentos de uma maneira que faça com que eles liberem parte desse nutriente. Legumes, por exemplo, precisam ser cozidos.
A automedicação é perigosa mesmo para pessoas saudáveis. Para quem sofre de insuficiência renal, entretanto, o uso sem avaliação médica adequada pode acelerar o quadro de deterioração dos rins. "Os mais perigosos são os anti-inflamatórios não hormonais", alerta o nefrologista Lucio. Por isso, explique seu problema no início de toda consulta médica para evitar agravar a doença.
Embora não haja estudos comprovando a relação isolada da ingestão de álcool com a insuficiência renal crônica, o abuso de bebidas alcoólicas compromete o funcionamento do organismo como um todo. Assim, recomenda-se maneirar no consumo. Se for beber alguma bebida, entretanto, o nefrologista Nestor aconselha optar pelo vinho. "Ele contém antioxidantes que podem ajudar na eliminação de toxinas concentradas no corpo", afirma.
"O cigarro é responsável por piorar os níveis de pressão arterial e ainda está envolvido com alterações hormonais que pioram a função renal", explica o nefrologista Lucio. Além disso, o tabagismo desencadeia um efeito de vasoconstrição, diminuindo o volume de sangue filtrado pelos rins. Neste caso, não existe a opção da moderação. O paciente deve acabar com o vício.
O último cuidado recomendado para quem sofre de insuficiência renal crônica é a prática regular de exercícios. "Ele previne o diabetes, a hipertensão, a obesidade, entre outros problemas, e ainda melhora a circulação e a função renal", afirma o nefrologista Nestor. Segundo ele, qualquer atividade já é melhor do que o sedentarismo, mas é sempre recomendado buscar um treino que agrade o paciente para que ele não se sinta desestimulado com o tempo.
Fonte Minha Vida
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