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terça-feira, 7 de maio de 2013

Cirurgião plástico que operou a si mesmo é investigado

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) investiga, desde o final do ano passado, o cirurgião plástico Luiz Américo de Freitas Sobrinho, de Jundiaí, que aparece em um vídeo publicado na internet fazendo em si mesmo uma abdominoplastia (cirurgia do abdômen).
 
As imagens foram publicadas por sua filha num site de compartilhamento de vídeos.
 
Segundo um parecer de 2007 do Cremesp, o órgão considera "inapropriado o médico solicitar exames para si próprio ou realizar qualquer ato médico em si", como o autoexame ou a prescrição de medicamentos. Não há, porém, artigo sobre o assunto no Código de Ética Médica.
 
Desde outubro do ano passado, há também uma sindicância em curso na SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).
 
Freitas Sobrinho disse à Folha que vai pedir a anulação dessa sindicância, porque um dirigente da entidade deu declarações a respeito da investigação para a imprensa. O caso deve seguir em sigilo, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional.
 
"Vou pedir a anulação do meu processo. Caso não aceitem, vamos entrar com [uma ação por] danos morais contra a SBCP", afirmou o cirurgião. "Foi uma má ideia do secretário [da SBCP] colocar que eu estou sendo processado."
 
Segundo a SBCP, o pedido de anulação da sindicância é direito de Freitas Sobrinho e que "o direito à ampla defesa sempre será assegurado" pela entidade.
 
Cirurgia
Segundo Freitas Sobrinho, a cirurgia foi motivada por curiosidade, tanto quanto pela estética. Ele diz que ouviu mulheres comentando sobre a sua forma física na praia, há três anos. "Elas deram risada e eu escutei. Pensei: 'Tá feio mesmo'".
 
Para fazer a cirurgia, em setembro de 2012, ele recrutou a ajuda de outros três médicos e foi a um hospital na região de Jundiaí, cujo nome não quis revelar. Pretendia fazer um teste, mas acabou fazendo uma faixa inteira da barriga. "Era para fazer só um pedaço, fazer devagar, mas eu fui indo."
 
Freitas Sobrinho diz que aprender mais sobre o processo de recuperação pós-cirúrgico pelo qual passam seus pacientes foi apenas uma consequência da empreitada. "Agora eu sei o que as pacientes reclamam, e elas têm razão", afirmou.
 
O médico diz ainda que está muito feliz com o resultado da cirurgia e que faria de novo, se necessário. "Se eles autorizarem no Conselho e aparecer alguma sobra, eu faço."
 
Fonte Folhaonline

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