Foto: Reprodução Segundo o advogado, a situação se agravou porque o hospital não teve como pagar os plantões dos médicos |
“A greve fez com que a Secretaria de Saúde encaminhasse os casos de cirurgias
e internações de média e alta complexidade para os hospitais referência da
região. A porta de entrada para urgência e emergência é o Pronto-Socorro
Municipal”, informou a prefeitura à Agência Brasil.
Desde a última sexta-feira (12), por meio do Decreto 92, a prefeitura
declarou estado de calamidade pública e de emergência, primeiro passo para
tentar na Justiça o comando da unidade de saúde. Com o decreto, a prefeitura
entrou na última segunda-feira (15) com um pedido de intervenção judicial no
hospital. Caso o pedido seja atendido pela Justiça, “toda a atual equipe de
funcionários e administradores será dissolvida”, informou a prefeitura.
De acordo com Tarcisio Rodolfo Soares, advogado do hospital, o problema teve
início quando a prefeitura decidiu retirar o serviço de pronto-socorro do Stella
Maris e os reduziu o repasse de recursos. “Quando houve a saída do
pronto-socorro, a prefeitura não criou um novo pronto-socorro, mas uma UPA, que
é uma Unidade de Pronto-Atendimento, que atende pequenos problemas, como
resfriados. Ela [prefeitura] tirou todo o serviço e todo o valor que era de
custeio [do pronto-socorro], mas deixou praticamente todo o serviço aqui [para o
hospital]. O hospital tem que manter equipe de retaguarda e de plantão para
atender as urgências e emergências do município. Quando ela [prefeitura]
inaugurou a UPA, tirou todo nosso recurso financeiro, causando desequilíbrio
total no hospital”, disse à Agência Brasil.
Segundo o advogado, a situação se agravou porque o hospital não teve como
pagar os plantões dos médicos. “Os médicos pararam porque não receberam
[pagamento dos plantões]. E não temos como pagá-los. Hoje, o atendimento da
população de convênios [planos de saúde] está sendo feito [no Hospital Stella
Maris]. Já a rede pública tem a UPA e os hospitais da região”.
O maior impasse envolve o valor repassado pela prefeitura para custear os
atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o hospital, o mínimo
necessário é R$ 1,1 milhão, enquanto a última oferta da prefeitura foi R$ 918
mil.
“Há uma semana veio uma proposta da prefeitura de o estado entrar com [o
pagamento de] R$ 718 mil para novos serviços e a prefeitura pagaria mais R$ 200
mil”, explicou Tarcísio. O advogado informou que a dívida atual chega a R$ 4,4
milhões, segundo ele, provocada “pelo não pagamento” da prefeitura desde
fevereiro.
A prefeitura contesta a dívida. “A Casa de Saúde Stella Maris alegou que há
uma dívida acumulada desde fevereiro deste ano, no valor de R$ 4 milhões, na
qual, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou não ter havido apresentação de
qualquer documento que provasse a existência desta dívida”, informou por meio de
nota.
O advogado do hospital diz que está enfrentando dificuldades para negociar
com a prefeitura. “Estamos buscando essa solução. O objetivo do hospital é
resolver essa situação. Queremos prestar os serviços e receber pelos serviços
prestados”, disse. Já a prefeitura alega que “jamais fechou as portas para um
diálogo com os gestores da Santa Casa”.
Duas audiências foram feitas, mas não houve acordo. A prefeitura informou que
aguarda a decisão do juiz sobre o processo de intervenção.
Fonte Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário