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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Busca de acreditação carece de visão crítica, diz especialista

Para Camila Sardenberg, do Hospital Santa Catarina, certificados ainda são encarados como diferencial competitivo
 
Embora o sistema de saúde brasileiro apresente avanços no que diz respeito à gestão da qualidade hospitalar, a opção pelas acreditações é feita de maneira errônea. Em boa parte das vezes o processo é impositivo, ou seja, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde adotam os procedimentos e processos por imposição de alguma acreditadora “matando todo o ideal de qualidade da assistência.”
 
A crítica é da diretora de qualidade e segurança do paciente do Hospital Santa Catarina, Camila Sardenberg, que participou nesta quarta-feira (17) do Hospital Quality Management 2013, conferência de gestão e qualidade hospitalar realizada em São Paulo. Para a médica, na maioria das vezes a acreditação gera mais papel e trabalho do que consciência a respeito das melhorias necessárias ao processo de gestão.
 
“Atualmente temos um problema de mentalidade, de visão”, disse. Para ela, embora ainda haja um longo caminho a percorrer, é responsabilidade dos gestores e executivos da área da saúde mudar a situação. “Temos que mostrar para as pessoas o por quê estão fazendo, mas envolvê-las é complicado, leva tempo. É preciso uma cultura do que a gente espera da acreditação.”
 
Para a médica, falta uma aproximação maior dos gestores com os órgãos acreditadores por meio de fóruns de discussão. Não só questões a respeito da obtenção das acreditações devem ser discutidas, mas também sobre os problemas da saúde e sobre como gerar uma visão crítica das acreditações.
 
Camila é otimista a respeito da evolução desta visão crítica, apesar de o movimento de gestão da qualidade ainda ser muito recente no Brasil. Para ela, metodologias de acreditação mais estruturais, como a brasileira ONA, são positivas, embora ainda sejam encaradas “como um diferencial competitivo de mercado, e não como um processo de melhoria da assistência”.
 
Fonte SaudeWeb

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