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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Droga para câncer de mama pode ser 1ª usada antes de cirurgia de remoção

Perjeta (Foto: Roche/AP)
Perjeta já é aprovado para tratar pacientes com tipo de câncer
 agressivo, com metástase
Agência FDA está analisando Perjeta e tomará decisão em 31 de outubro. Medicamento já é aprovado para tratar subtipo agressivo, com metástase.
 
A agência americana Food and Drug Administration (FDA), que regula medicamentos e alimentos nos EUA, emitiu um comentário favorável sobre uma nova droga contra o câncer de mama produzida pela farmacêutica suíça Roche. Se aprovado, o remédio Perjeta (cujo princípio ativo é o anticorpo pertuzumabe) pode se tornar em breve a primeira opção para tratar a doença ainda em estágio inicial, antes da cirurgia para remoção do tumor, destacou a agência Associated Press (AP) nesta quarta-feira (11).
 
Segundo os cientistas da FDA, que publicaram um parecer na internet, as mulheres analisadas que receberam o Perjeta como tratamento inicial para o câncer de mama se mostraram mais propensas a estar livres da doença no momento da operação, em relação às voluntárias que receberam combinações de drogas mais antigas, como o Herceptin, também da Roche.
 
Embora os resultados venham de testes ainda em estágio intermediário, os cientistas da FDA recomendaram que seu processo de aprovação seja acelerado. Isso porque o produto se enquadra na categoria de medicamento inovador indicado para tratar doenças com risco de vida – como câncer, HIV e outras enfermidades letais.
 
O Perjeta foi aprovado pela primeira vez há cerca de seis meses para tratar pacientes com um subtipo de câncer de mama que tenha sofrido metástase, ou seja, se espalhado para outras partes do corpo. Agora, a empresa de biotecnologia Genentech – comprada pela Roche em 2009 e responsável por desenvolver o medicamento – espera que a droga seja aprovada para uso em fases mais precoces do câncer, logo após o diagnóstico.
 
Atualmente, o uso de remédios contra o câncer antes da cirurgia ainda é experimental, mas muitos médicos acreditam que isso ajude a encolher os nódulos, tornando-os mais fáceis de remover. No caso de um câncer de mama, esse processo poderia permitir que as mulheres mantivessem seus seios, em vez de tê-los totalmente retirados.
 
Câncer de mama (Foto: Reprodução Globo News)
Células de câncer de mama vistas no microscópio
Painel e decisão final
Nesta quinta-feira (12), a FDA pediu a criação de um painel independente de especialistas em câncer para avaliar se os benefícios do Perjeta superam seus riscos no tratamento em estágio inicial. O grupo deverá analisar um estudo com 417 mulheres feito pela Genentech e ver se o medicamento é capaz de aumentar a sobrevida das pacientes.
 
No dia 31 de outubro, a FDA então tomará sua decisão, que não será obrigatoriamente a mesma dos painel, mas muitas vezes segue essa linha, como visto em outros casos. Se a agência aprovar o Perjeta, outros laboratórios poderão estudar drogas contra o câncer para uso em fase inicial.
A FDA reforça, porém, que as pesquisas da Genentech ainda são preliminares e deverão ser confirmadas em trabalhos futuros. Também deverão ser avaliados fatores como reincidência do câncer e sobrevida final das mulheres.
 
Em 2011, a agência retirou do mercado o Avastin, outra droga da Genentech contra o câncer de mama. Isso porque as promessas do medicamento não se confirmaram em pesquisas posteriores, e a FDA concluiu que o remédio não ajudava as mulheres a viver mais tempo, e seus benefícios não compensavam os perigosos efeitos colaterais. Hoje, o Avastin continua aprovado para tratar câncer colorretal e outros tipos de tumores.
 
Câncer de mama no mundo
O câncer de mama é o tipo mais comum e letal entre o sexo feminino no mundo, com cerca de 1 milhão de novos casos por ano. Nos EUA, essa é a segunda forma mais letal de câncer entre as mulheres (atrás apenas do de pulmão), e deve matar mais de 39 mil pacientes este ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (NCI, na sigla em inglês) do país.
 
No Brasil, o câncer de mama é a primeira causa de mortes de mulheres por tumor. Entre os óbitos por doenças em geral no sexo feminino, perde apenas para os problemas cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
 
Em 2012, foram registrados 52,6 mil novos casos no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Por região, o Sudeste lidera o ranking (29.360), seguido do Sul (9.350), Nordeste (8.970), Centro-Oeste (3.470) e Norte (1.530).
 
A sobrevida média das pacientes após cinco anos do diagnóstico é de 61%. Se detectada precocemente, a doença pode ser tratada e as chances de sobrevivência são grandes.
 
Em relação às mortes pela doença, o dado mais recente que o Inca tem é de 2010, registrado no banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), com 12.705 óbitos de mulheres e 147 de homens somente na rede pública. No sexo feminino, atrás desse tipo de tumor, em número de diagnósticos, aparece o de colo do útero, com 17.540 novos casos estimados em 2012.

G1

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