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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Minoria trata depressão em São Paulo


Apenas 37,3% dos paulistanos com episódios de depressão grave recebem algum tipo de tratamento.

Essa é uma das conclusões de um estudo mundial sobre a doença publicado ontem pela revista científica BMC Medicine. Na pesquisa, os dados referentes ao Brasil são representados exclusivamente por São Paulo e se referem a um período de coleta de dados compreendido entre 2004 e 2007. A falta de tratamento foi constatada nos 12 meses anteriores à aplicação dos questionários aos pacientes.

Numa lista de 18 países que tiveram seus índices de depressão avaliados, o Brasil apresentou a maior prevalência da doença, com 10,4%. Se comparado aos países que integram o grupo de pesquisa do País (formado por nações de baixa e média renda, como China e Índia), esse índice é altíssimo: a média de prevalência da depressão nessas nações foi de 5,9%. “Isso foi uma surpresa até mesmo para nós. Precisaríamos de um novo estudo para compreender essa prevalência”, afirma a professora Maria Carmen Viana, do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espírito Santos (Ufes), uma das responsáveis pelo estudo no País.

No Brasil, as informações foram coletadas pela pesquisa São Paulo Megacity Mental Health Survey, que também tem a coordenação da professora Laura Helena Andrade, do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. Exatamente 5.037 paulistanos foram entrevistados – eles responderam a um questionário idêntico àquele aplicado aos demais participantes do estudo. No mundo, 89 mil pessoas foram ouvidas pela pesquisa e o Japão apresentou a menor prevalência da doença, com 2,2%.

O mapa da depressão é uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde, com coordenação da Universidade de Harvard, nos EUA, e participação de órgãos parceiros. A ideia era estudar a classificação e o grau do transtorno psiquiátrico. Para ser classificada como paciente de depressão grave (caracterizada pela condição duradoura do transtorno, por pelo menos duas semanas), a pessoa deveria preencher cinco de nove critérios da doença.

No Brasil outra constatação que chamou a atenção dos pesquisadores foi a prevalência da doença na população jovem: pacientes com idade entre 18 e 34 anos têm, em média, de 3 a 5 vezes mais probabilidade de sofrer do quadro grave do transtorno – essa mesma situação se aplica aos maiores de 65 anos. Em países de baixa renda, ficou constatado que o início da depressão se dava dois anos mais cedo.

Dos diagnosticados com depressão grave e que tiveram acesso a algum tipo de tratamento (1.878 pessoas, no total), apenas 23% tiveram auxílio de um especialista em saúde mental. Outros 15% foram tratados por clínicos gerais e 0.3% por “serviços comunitários não médicos, como assistentes sociais e igrejas”, segundo a professora Maria Carmen.

A baixa taxa de tratamento nos pacientes depressivos segue o “padrão internacional”, afirma Sérgio Baxter Andreoli, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “São números parecidos aos registrados em outros países. E os que buscam tratamento, correspondem aos pacientes com grau mais avançado da doença.”

Para Evelyn Bromet, da Universidade de Nova York e responsável pelo estudo nos Estados Unidos, os números de prevalência do transtorno são um alerta. “Demonstramos que a depressão é uma preocupação de saúde pública. (Os dados) podem ajudar iniciativas globais para reduzir o impacto da depressão na vida dos indivíduos e reduzir a carga para a sociedade.”

Mulheres
O estudo também confirmou a maior suscetibilidade das mulheres à doença. A proporção é de duas mulheres com o transtorno para cada homem doente.

Fonte Estadão

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