A oxitocina sintética é um medicamento seguro e eficaz para acelerar o trabalho de parto. Porém, segundo nova análise de estudos sobre a droga, ela não reduz o número de cesarianas nem de partos a fórceps.
O trabalho de parto lento está relacionado à morbidade fetal e materna. A razão médica mais comum para a realização da cesariana é a ausência de progresso na evolução do processo. A pitocina, versão sintética da oxitocina produzida pela glândula pituitária, é fornecida para acelerar as contrações e diminuir a necessidade de parto assistido.
Contudo, uma análise publicada on-line em julho, na Biblioteca Cochrane, sugere que o medicamento pode não estar atingindo o seu objetivo.
Pesquisadores dos hospitais da Universidade de Nottingham, na Inglatera, reuniram dados de oito estudos aleatórios envolvendo 1.338 gestantes de baixo risco, na primeira fase do trabalho de parto. Em comparação com a ausência de tratamento, o uso da oxitocina sintética encurtou em duas horas o trabalho de parto. Porém, as cesarianas não diminuíram com o uso do medicamento nem houve aumento do número de partos não assistidos.
O fornecimento de pitocina no início ou no final do trabalho de parto não apresentou diferença aos resultados. Ele parece não oferecer prejuízos ao bebê nem à mãe, porém, a amostra era muito pequena para indicar se o medicamento exerce alguma influência na taxa de mortalidade dos recém-nascidos.
"Nós precisamos de formas mais adequadas de controlar o progresso do trabalho de parto", afirma o doutor George J. Bugg, principal autor do estudo e médico obstetra dos hospitais da Universidade de Nottingham.
"Trata-se de um problema real e o método que utilizamos por tanto tempo não funciona de fato".
Fonte Folhaonline
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