Obesidade infantil preocupa por crescer em proporções alarmantes e pela capacidade de resultar em doenças
Uma nova pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos adverte: o risco de hipertensão triplica em crianças com sobrepeso ou obesidade. Por quase cinco anos, especialistas da Universidade de Indiana monitoraram 1,1 mil pequenos, com idade média de 10 anos no começo do estudo. O fruto do trabalho está na publicação Hipertensão, da Associação Americana do Coração.
Os dados ganharam espaço na imprensa internacional por tratarem de uma questão que tira o sono de pais, estudiosos e autoridades. A obesidade infantil preocupa, por crescer em proporções alarmantes e pela capacidade de resultar em doenças não transmissíveis como diabetes do tipo 2 e problemas cardiovasculares.
Na pesquisa, que acompanhou o índice de massa corpórea (IMC), que leva em conta o peso e a altura do indivíduo, 14% das crianças obesas ou com sobrepeso já eram pré-hipertensas ou hipertensas. Entre os pequenos com peso normal, a taxa ficou em 5%.
— O aumento da pressão arterial na infância define o palco para a pressão arterial elevada na idade adulta — destaca Wanzhu Tu, especialista que liderou o trabalho.
As conclusões reforçam a necessidade de combater um problema que se alastra pelo mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 42 milhões de crianças com idade inferior a cinco anos brigam com a balança. No Brasil o avanço dos números também preocupa.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, desde a década de 1970, o percentual de crianças de cinco a nove anos acima do peso mais do que triplicou. Já no Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Saúde acompanha um universo de cerca de 200 mil crianças de famílias que participam do programa Bolsa Família. De zero a sete anos, a taxa acima do peso é de 10%, chegando a 30% em faixas que vão dos 10 aos 19 anos.
— A probabilidade uma criança obesa ser um adulto obeso é de 75%. Por isso, é importante prevenir desde cedo — alerta o médico Rogério Friedman, do serviço de endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O que fazer
:: Cuidados com a alimentação e incentivo à prática de atividades físicas (leia mais na página 3) ajudam a prevenir a obesidade infantil. Em alguns casos, as crianças podem desenvolver problemas como aumento de pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicerídeos. Na adolescência e na idade adulta, as chances de novas complicações aumentam.
— Estudos recentes demonstraram que o dano provocado pela pressão alta, como alargamento do coração, endurecimento das veias e alterações nas funções mentais, pode começar ainda na infância — afirmou Bonita Falkner, da Thomas Jefferson University, da Filadélfia, em entrevista à CNN.
Excesso de peso no Brasil
:: Ano 1975
- Meninos: 10,9%
- Meninas: 8,6%
:: Ano 1989
- Meninos: 15%
- Meninas: 11,9%
:: Ano 2009
- Meninos: 34,8%
- Meninas: 32%
* Números relativos a crianças de cinco a nove anos de idade
Fonte: IBGE
Fonte Zero Hora
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