Voluntários com uma grande lista de amigos na rede social demonstraram ter estruturas maiores e mais densas em três áreas do cérebro
Redes sociais como o Facebook alteram a maneira como nos relacionamos com a sociedade. E essas alterações acontecem também dentro do cérebro, segundo um estudo que em breve será publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B. Segundo os autores da pesquisa, voluntários colocados em um escâner tridimensional demonstraram ter estruturas maiores e mais densas em três áreas do cérebro quando vinculados a uma grande lista de amigos no Facebook, em comparação com outros que tinham poucos amigos online.
As três áreas são todas relacionadas com a capacidade de socialização.
— O sulco temporal superior e o giro temporal médio estão associados à percepção social, do olhar das outras pessoas ou de pistas sociais advindas de expressões faciais — explicou o cientista Ryota Kanai, da Universidade College de Londres (UCL).
A terceira área, o complexo entorrinal, estaria associada com a memória para rostos e nomes.
Dois anos atrás, a neurocientista Susan Greenfield, da Universidade de Oxford, causou polêmica sobre o impacto das redes digitais nos jovens. Segundo ela, a mente do século 21 seria quase infantilizada, caracterizada por curtos instantes de atenção, sensacionalismo, incapacidade de enfatizar e um senso de identidade instável.
Geraint Rees, professor de neurociências da UCL, disse que o novo estudo trouxe à tona questões-chave relativas a esta controvérsia. Entre elas, se o tamanho da área de socialização no cérebro nos leva a fazer mais amigos, se esta área é alterada pelas redes sociais na internet ou se esta relação é inócua. Para Rees, que liderou a pesquisa, este enigma de causa e efeito só poderá ser resolvido com estudos posteriores.
Fonte Zero Hora
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