Pela primeira vez, um teste clínico mostrou que é possível tratar a osteoporose de mulheres de modo remoto. Para isso, seria utilizado um chip que, implantado no corpo da paciente, libera doses de medicação.
Os cientistas envolvidos no estudo acreditam que a técnica poderá ser aplicada no tratamento de doenças como o câncer.
Os pesquisadores, que são da Dinamarca, apresentarão o estudo durante a conferência anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), que acontece em Vancouver até o dia 20, e também em artigo na revista "Science Translational Medicine".
Um grupo de sete mulheres com osteoporose participaram do trabalho. De comum, elas tinham perda de massa óssea progressiva.
As idosas constituem 80% das pessoas atingidas por esta doença, que provoca principalmente fraturas.
"Os doentes não vão ter que se lembrar de tomar o medicamento para tratar a osteoporose", explicou o médico Robert Farra, chefe da empresa MicroChips com sede em Massachusetts, EUA, que desenvolveu o chip eletrônico.
Ele é um dos coautores do projeto junto com outros pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), da Faculdade de Medicina de Harvard e da Universidade Case Western Reserve.
Ao contrário da maior parte dos chips que, preprogramados, liberam lentamente pequenas doses de medicamento por certo período, o novo chip é operado graças a um controle remoto sem fio.
"Este sistema permite liberar um medicamento no sangue rapidamente como uma injeção", explicou Farra.
"A medicação poderá ser ajustada à distância e, suavemente, o tratamento dos pacientes será feito por meio de um computador ou celular", acrescentou.
Segundo os autores do estudo, o novo chip do tamanho de um marcapasso cardíaco poderá ser mais satisfatório e, talvez, menos dispendioso a longo prazo do que injeções diárias de medicamentos.
Os pesquisadores implantaram o chip logo abaixo da cintura em cada uma das sete mulheres com idades entre 65 e 70 anos. O procedimento pode ser realizado por um clínico geral em seu consultório com apenas anestesia local.
As mulheres foram observadas durante 12 meses. Neste período, constatou-se que o chip liberou o medicamento, chamado de teriparatide, de maneira eficaz. O teriparatide melhora a formação de massa óssea e reduz o risco de fratura.
Os chips usados no estudo clínico tinham 20 doses de medicamento, mas a empresa MicroChips trabalha para criar exemplares capazes de estocar centenas de doses.
Fonte Folhaonline
Nenhum comentário:
Postar um comentário