Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula Lula e Gianecchini fazem tratamento contra câncer. Médicos aconselham a não pular carnaval |
Quem ainda está em tratamento não pode cair na folia. Se a quimio já acabou, não há problemas
A escola de samba Gaviões da Fiel vai levar ao Sambódromo um enredo que conta a história do ex-presidente Lula.
Mas se o homenageado pretende seguir à risca os cuidados médicos, ele não poderá cair na folia e nem comparecer ao desfile.
Ainda em tratamento contra um câncer na laringe, Lula precisa de ao menos dois meses de resguardo, sem frequentar locais com pessoas aglomeradas. A mesma recomendação vale para o ator Reynaldo Gianecchini, que acaba de fazer um autotransplante para tentar a cura contra um linfoma.
“A quimioterapia e a radioterapia – dois procedimentos que Lula enfrentou para tentar eliminar o tumor – debilitam o sistema imunológico do paciente”, diz o oncologista Leandro Ramos, especialista da clínica de Belo Horizontte Oncomed.
“Isso favorece infecções provocadas por vírus e bactérias e, em média, são recomendados dois meses distante de festas, badalações e locais aglomerados”, afirma o médico.
A orientação de Ramos vale para doentes de qualquer tipo de câncer, como próstata, mama, ovário ou pulmão. Mas quando a doença afeta algum órgão localizado na região do pescoço – como é o caso de Lula – duas características da terapêutica anticâncer reforçam ainda mais a cautela.
“A maioria absoluta dos pacientes que fazem radioterapia na laringe, faringe, boca ou garganta acaba sofrendo de um efeito colateral chamado mucosite”, explica o presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz, José Eduardo Pedroso.
A mucosite é caracterizada por uma dificuldade acentuada, mas passageira, de falar e deglutir – engolir a comida. Por isso, neste período, a alimentação e a hidratação ficam prejudicadas, sendo necessárias sessões de fisioterapia. Comer bem e tomar muito líquido fica um pouco mais complicado nessa situação.
“É no mínimo um atrevimento pular carnaval quando estamos com esta sequela”, afirma Pedroso.
Máscaras
Para alguns pacientes, durante a quimioterapia e a radioterapia, os especialistas aconselham o uso de máscaras cirúrgicas para andar pela rua e pegar metrô ou ônibus, justamente para evitar infecções.
“Não é uma recomendação universal, varia de pessoa para pessoa”, explica o oncologista Leandro Ramos.
“Mas este acessório não é suficiente evitar a contaminação em um ambiente de festa como o carnaval. Não daria conta”, acrescenta.
Por isso, é preciso mesmo esperar a liberação médica para encarar a festa. “Agora se o câncer já estiver superado, o ciclo de quimioterapia e radioterapia terminado, não há restrições. Se o paciente estiver bem de saúde, pode curtir. Só não pode exagerar na comida e na bebida”, recomenda o médico.
Fonte iG
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