A escolha de embriões para gerar um bebê livre de doença genética e compatível para doar células-tronco para um irmão não traz problemas éticos, segundo especialistas.
O presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, Artur Dzik, afirma que o procedimento é um avanço em termos de medicina preventiva. "Foi possível garantir o nascimento de um bebê sem talassemia e aumentar a probabilidade de essa irmã ajudar o tratamento com o sangue de seu cordão umbilical."
O procedimento é novidade no Brasil mas já é feito há cerca de dez anos na Europa e nos EUA.
"São cerca de 400 casos de sucesso no exterior", afirma Ciro Martinhago, responsável pelo método de seleção usado no caso das irmãs brasileiras.
Ele destaca, porém, que o método não pode ser usado simplesmente para gerar irmãos compatíveis para transplante em casos de doenças não hereditárias.
"Se o casal tem um filho com leucemia, não dá para escolher um embrião para gerar um doador. O que nos ampara nesse caso [de Maria Clara] é o fato de a doença ser genética. Se vamos selecionar o embrião para não ter a doença e podemos salvar a irmã, por que não?"
Edson Borges, da clínica Fertility, que fez a fertilização, afirma que os embriões não implantados foram descartados, parte deles por terem talassemia e parte por apresentarem problemas morfológicos.
Fonte Folhaonline
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