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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Caso Breivik revela incompreensão da loucura, diz psiquiatra

Especialista afirma que esquizofrenia não explica assassinato de 77 pessoas na Noruega

Um especialista britânico afirmou que crimes como os cometidos por Anders Breivik ilustram a incompreensão do público sobre doenças mentais.

O professor e psiquiatra Simon Wessely, do King's College de Londres, disse que a resposta imediata a assassinatos em massa é de que o acusado pelos crimes "deve ser louco".

Mas, de acordo com o especialista, a forma que Breivik conduziu os assassinatos sugere o contrário.

Wessely também afirmou que a ideia de que o diagnóstico psiquiátrico poderia ajudar pessoas a evitarem punição é errada.

Escrevendo para a revista especializada Lancet, o professor disse que usar a doença mental como estratégia de defesa na Grã Bretanha poderia levar a pessoas (o réu) a ficar mais tempo na prisão.

"A psiquiatria forense não é uma opção branda ou popular", afirmou.

'Forma meticulosa'
O psiquiatra também disse que o caso Breivik revela outra incompreensão, a de que crimes chocantes significam doença mental.

"Se esquizofrenia explica as ações de Breivik, estas ações teriam que ser o resultado de alucinações".

"A forma meticulosa pela qual ele planejou seus ataques não tem a ver com a desorganização da esquizofrenia", acrescentou o especialista.

Breivik está sendo julgado na Noruega.

O homem, de 33 anos, admite ter assassinado 77 pessoas em Oslo e na ilha de Utoya em julho passado, mas nega responsabilidade criminal.

Dois relatórios sobre a saúde mental de Breivik têm visões opostas sobre a sanidade do réu.

A corte determinará se ele deve ser mandado para a cadeia ou para tratamento psiquiátrico.

Breivik afirma que não é insano e que deveria ser condenado à morte ou absolvido. BBC Brasil

Fonte Estadão

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