Jovens não respondem tão bem ao tratamento, revela pesquisa; uma hipótese é a ação dos hormônios da puberdade
O fenômeno recente de crianças e adolescentes obesos desenvolvendo diabete tipo 2, com incidência maior entre adultos, tornou-se ainda mais preocupante porque o tratamento por via oral não surte o mesmo efeito existente nas pessoas mais velhas.
A conclusão é de uma pesquisa comandada por David Nathan, diretor do Centro de Diabetes do Massachusetts General Hospital, em Boston, e publicada no New England Journal of Medicine. Na sua avaliação, "é preocupante como a diabete tipo 2 é mais grave nas crianças". Essa versão da doença era rara antes dos anos 1990.
Segundo endocrinologistas, no Brasil, diferentemente dos Estados Unidos, ainda é extremamente incomum a ocorrência em pessoas com menos de 18 anos. A doença em crianças, especialmente quando não controlada, pode provocar o aumento de problemas cardiovasculares na juventude, que são associados à doença. Outras consequências graves são a perda da visão e a amputação de membros.
Normalmente, as crianças são portadoras da diabetes tipo 1, na qual há uma deficiência absoluta de insulina, sem ligação com a obesidade. Adultos, mais raramente, também podem desenvolver essa versão da doença.
Segundo o estudo, não há uma causa que explique o motivo de o controle da diabete tipo 2 ser mais difícil em crianças. Mas médicos especulam que seja algo relacionado à produção de hormônio durante a puberdade. Tampouco é claro porque a diabete tipo 2 passou a atingir crianças apenas nas últimas duas décadas e ainda assim com variações entre as regiões do mundo.
A principal recomendação é a prática de exercícios e uma alimentação saudável, diminuindo o risco de desenvolver diabetes tanto na infância como também na idade adulta.
Fonte Estadão
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