Saúde bucal também pode reduzir tempo de permanência do paciente em até 13 dias, reduzindo custos de internação
A pneumonia nosocomial é a segunda maior causa de infecções dentro de UTIs hospitalares no mundo. No Brasil, ela aumenta a incidência de morte em 25% e gera um acréscimo de, em média, 13 dias na estadia do paciente, aumentando também os custos de internação. Pensando em evitar essa condição, o Hospital Santa Isabel (HSI), em São Paulo, está implantando o protocolo de prevenção de doenças odontológicas na UTI, com corpo clínico de cirurgiões dentistas credenciados, que já presta atendimento a pacientes internados na unidade.
" A segurança do paciente é nosso foco. Nesse sentido, estamos dando mais um passo com a criação do manual de saúde bucal" , explica o diretor médico da unidade Frederico Carbone Filho. O assunto foi inclusive tema da 14ª Jornada Científica do HSI este mês, e segundo o médico, "é tão importante que está em votação no Congresso Nacional um projeto de lei que obriga a presença de um dentista nas UTI hospitalares. Nós resolvemos nos antecipar, já que esse é um tema de saúde pública" , conta.
Além da pneumonia nosocomial (infecção do trato respiratório inferior), as principais doenças associadas à má higiene bucal são a endocardite bacteriana ou infecciosa e a cárie dental. " A prevenção odontológica reduz em até 65% os casos de pneumonia nosocomial" , revela a cirurgiã dentista da USP-SP e palestrante, Sandra Oyama. Ela salienta que os custos dos protocolos preventivos podem chegar a 10% do custo do tratamento da pneumonia diagnosticada, ou seja, além de melhorar as chances de sobrevida do paciente, a prevenção também gera uma economia significativa para o hospital.
O tratamento
A higienização pode ser feita pelas enfermeiras, por meio de escovação dos dentes a cada 12 horas, limpeza da saburra lingual, aspiração da secreção e utilização da clorexidina 0,12 %, um antisséptico bucal que reduz o número de bactérias na boca. " Outro procedimento importante, que inclusive é recomendado pela Anvisa, é manter o paciente na posição de 30 a 45 graus, para evitar que ele broncoaspire a própria saliva que contém inúmeras bactérias" , lembra Sandra.
No caso da endocardite, a avaliação do quadro deve feita por um cardiologista e um cirurgião-dentista. "É importante avaliar a saúde bucal do paciente e o grande risco de desenvolver a endocardite. Existem recomendações da American Heart Association, mas a prevenção é sempre a melhor escolha" , ressalta a cirurgiã dentista.
Já a cárie é muito comum em pacientes oncológicos. " Em algumas pessoas, a radioterapia destrói o esmalte do dente e a dentina exposta provoca o que chamamos de cárie de radiação. A avaliação nesses casos deve ser muito específica e o tratamento também" , explica Sandra.
Fonte isaude.net
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