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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Problemas no joelho: articulação é complexa e uma das que mais sofrem no dia a dia

O joelho é uma das articulações mais sobrecarregadas no dia a dia de qualquer pessoa. Exercícios físicos, entretanto, contribuem para que essa estrutura seja ainda mais impactada. Os trabalhos para fortalecer os músculos da perna, pé e até mesmo as estruturas abdominais e lombares, são a melhor forma de proteger os joelhos. Mas nem sempre isto é feito de maneira adequada e, no longo prazo, os problemas começam a aparecer.

“Isto quando estamos falando de condições normais do dia a dia – o que inclui ou não rotinas de exercícios. Se formos considerar os acidentes, como aqueles que ocorrem com os motociclistas, os problemas aumentam ainda mais” , aponta Geraldo Granata Júnior, ortopedista especialista em joelho e traumatologia, e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“Acidentes deste tipo impactam diretamente o joelho, uma região do corpo que muitas vezes absorve o impacto com os carros, pois ficam na altura dos parachoques, por exemplo”, completa.

Para Granata Jr., os problemas nos joelhos podem variar entre aqueles envolvendo os tendões, cartilagens, ligamentos até aqueles mais complexos – e de maior dificuldade de reabilitação -, envolvendo a estrutura óssea. Além disso, o joelho é composto por um encaixe e o desalinhamento desse encaixe pode acarretar em mais problemas.

“A estrutura do joelho é o que chamamos de capsular, ou seja, é um invólucro ósseo com outros subconjuntos de estruturas”, explica. “Problemas diversos podem ocorrer e, portanto, os tratamentos variam entre a reabilitação, o tratamento farmacológico e as cirurgias, quando não todas essas estratégias conjuntamente.”

Principais problemas no joelho
Um dos problemas mais comuns que podem afetar o joelho é a tendinite, a inflamação dos tendões do conjunto de estruturas dessa articulação. E a tendinite não afeta apenas aqueles indivíduos que sobrecarregam suas estruturas com exercícios físicos. A obesidade também aumenta o risco desse e de outros problemas. Uma pisada ruim, um sapato errado são outros fatores agravantes.

“O tratamento, neste caso é conservador, ou seja, tenta conservar a estrutura com reabilitação e medicação. Problemas no menisco, outra estrutura do joelho, também passam por uma avaliação e dependendo do grau do problema também vai ter esse tratamento de conservação. Mas, no caso do menisco, quando o problema é grave, a cirurgia é uma opção a se considerar”, diz o especialista.

Como a estrutura é complexa, onde várias partes se complementam para o movimento perfeito, problemas menores no joelho também precisam ser avaliados com atenção. O desgaste da cartilagem, comum com o avanço da idade, por exemplo, pode levar a outras complicações para o conjunto.

“Acidentes futebolísticos”
Os ligamentos colaterais também, se não tratados corretamente, podem complicar a “vida útil” do joelho. Estes ligamentos são a principal estrutura que sofre com os entorses (torções) durante movimentos ou acidentes. Estes acidentes, inclusive, podem ocorrer durante esportes.

“O esporte mais popular no Brasil é o futebol. Então é normal que os principais acidentes na prática esportiva ocorram durante as partidas de futebol (seja profissional, amador, ou mesmo quando na forma de brincadeiras)”, aponta Granata.

Estes “acidentes esportivos” também são os responsáveis pelo alto índice de problemas envolvendo o chamado ligamento cruzado posterior. É essa a estrutura que também mais sofre nos acidentes automobilísticos.

Cirurgias delicadas
Com tantas possibilidades de comprometer o conjunto de estruturas que compõem o joelho, os casos em que são necessárias cirurgias aumentam a cada ano. As tecnologias usadas na medicina (em especial na área cirúrgica), porém, estão cada vez mais eficazes e precisas.

O grande problema em uma cirurgia no joelho, entretanto, está em vencer o trajeto até seu interior. “Essa forma de invólucro capsular, ou seja, extremamente fechada, é um agravante mesmo para cirurgias envolvendo a artroscopia, a tecnologia mais avançada e eficaz nesses casos”, diz.

A artroscopia precisa de incisões menores para efetuar as cirurgias. A chances de sucesso aumentam e o pós-operatório diminui, assim como o tempo de reabilitação. Alguns problemas entretanto eram acompanhados de grande risco para o sucesso da operação.

Por isso, muitas vezes, a melhor opção era a cirurgia “aberta”, onde a cápsula do joelho ficava totalmente exposta. Índice de sucesso, pós-operatório e reabilitação, portanto, voltavam aos patamares de risco de cirurgias convencionais.

Índice de sucesso é fruto de pesquisa brasileira
Granata Jr. procurou formas de diminuir os riscos da artroscopia em cirurgias complexas no joelho. Um grupo de pesquisa da Unifesp, liderado pelo especialista, desenvolveu uma metodologia que pode aposentar as cirurgias convencionais nos problemas de joelho e com isso elevar os índices de sucesso na grande maioria das cirurgias.

“Nós desenvolvemos um Índice – um indicativo pré-operatório – que mitiga em muito os riscos de insucesso das cirurgias artroscópicas no joelho. Com isso é possível desenhar a melhor estratégia para esse tipo de cirurgia e realizá-la com muita acuidade, o que faz com que a cirurgia aberta seja desnecessária”, aponta o pesquisador e principal autor do estudo.

O Índice (ainda sem nome, mas que provavelmente vai ser nomeado em homenagem à Granata) foi desenvolvido com base na pesquisa envolvendo mais de 20 estudos de caso e reproduzido com sucesso em mais 20 cirurgias foi apresentado no Congresso Mundial do Joelho e ganhou um prêmio em outro evento importante da área, o Congresso Brasileiro de Cirurgia do Joelho.

Reconhecimento com os prêmios pode levar a uma popularização do método
O trabalho ainda recebeu, no início deste ano, o score máximo pela Sociedade Européia de Cirurgia do Joelho, um reconhecimento internacional que vai contribuir para a popularização do método.

“A reprodutibilidade do Índice tem sido muito boa e a recepção dos cirurgiões também. Com isso ele vai se popularizar e aumentar as cirurgias bem sucedidas, o que é muito importante para o paciente, para seus familiares e para os Sistemas de Saúde em todo o mundo, já que o tempo de internação e recuperação caem, levando a maior economia para a sociedade como um todo”, finaliza.

Fonte O que eu tenho

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