Estudo desenvolvido nos EUA revela que somos capazes de sentir cheiros imediatamente após voltarmos a respirar
Estudo realizado na Northwestern University Feinberg School of Medicine (EUA) mostra que, depois que o nariz humano é experimentalmente bloqueado por uma semana, a atividade cerebral muda rapidamente em regiões cerebrais olfativas. Essa mudança sugere que o cérebro está compensando a interrupção desse sentido. Dessa forma, no momento em que voltamos a respirar normalmente, ficamos com o sentido tão aguçado quanto antes da privação.
Pesquisas anteriores em animais sugeriam que o sistema olfativo é resistente a mudanças de percepção depois da privação de odor. Este novo estudo foi realizado em seres humanos para mostrar como isso é possível.
"Você precisa de estímulos sensoriais em curso para que seu cérebro atualize as informações de cheiro", disse Wu Keng Nei, o autor principal do estudo. "Quando as narinas estão bloqueadas, o cérebro tenta ajustar-se à falta de informações para que o sistema não falhe. Por isso, quando você volta a respirar normalmente, está em boas condições".
Para o estudo, Wu bloqueou completamente as narinas de 14 participantes por uma semana enquanto eles viviam em um quarto de hospital especial de baixo odor. À noite, os participantes puderam respirar normalmente enquanto dormiam no quarto.
Após a privação de cheiro, os investigadores encontraram um aumento na atividade no córtex órbito-frontal e uma diminuição da atividade no córtex piriforme, duas regiões relacionadas com o sentido do olfato. "Essas mudanças no cérebro são fundamentais para manter a nossa forma de sentir as coisas, mesmo depois de sete dias sem cheiro", contou Wu.
Quando a respiração sem restrições foi restaurada, as pessoas foram imediatamente capazes de perceber odores. Uma semana depois da experiência de privação, a resposta do cérebro aos odores voltou para níveis pré-experimentais, indicando que a privação causada pela mudança é rapidamente revertida.
Tal reversão rápida é bastante diferente de outros sistemas sensoriais, como visão, que normalmente possui efeitos mais duradouros devido à privação. O sistema olfativo é mais ágil, sugere Wu, porque a privação do cheiro devido a uma infecção viral ou alergia é comum.
O estudo tem importância clínica no que diz respeito ao tratamento crônico da sinusite. "Implica também que a privação tem impacto significativo sobre o cérebro, em vez de no próprio nariz", disse.
De acordo com Wu, "mais conhecimento sobre como o sistema reage a curto prazo, e a privação pode fornecer novos insights sobre como lidar com este problema em um contexto crônico".
Fonte isaude.net
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